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Legislativas 2024

Cas Mudde: “Quem diz não entender o eleitor de extrema-direita é porque fez um esforço consciente para não entendê-lo”

Jantar-comício do Chega em Santiago do Cacém, a 7 de março de 2024
Jantar-comício do Chega em Santiago do Cacém, a 7 de março de 2024
José Fernandes

Quatro décadas de estudos sobre a extrema-direita mostram quem são os seus eleitores, “e não mudaram”, garante o politólogo neerlandês Cas Mudde. “A questão é que muitos meios de comunicação e muitos políticos não querem entendê-los. Apresentam razões, muitas vezes, as suas próprias frustrações, e colocam-nas no coração do eleitor de extrema-direita.” Falar, portanto, em “voto de protesto” ignora que este não seja “vazio ou não direcionado”. Nesta entrevista com o Expresso, o investigador - assumidamente mais à esquerda - assume não ter ficado surpreendido com a fragmentação política resultante das eleições portuguesas e descreve o que pode acontecer em seguida

“O problema [da ascensão da extrema-direita] é estrutural”, constata Cas Mudde, especialista em populismo e em direita radical e extrema da Universidade da Geórgia (EUA) e professor de Ciência Política. Autor de “A Ideologia da Extrema-Direita”, Mudde explica que a situação não vai resolver-se sozinha e que a extrema-direita nunca foi vencida pelo centro político. Nesta entrevista com o Expresso, o politólogo lembra a velha máxima de que, quando há um vazio, ele é ocupado, seja de que forma for. Por isso, as restantes forças políticas têm de ser proativas, e não reativas. Não faltou também tempo para falar das soluções possíveis para Portugal, neste cenário de difícil governabilidade.

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