A operação para mostrar que a queda eleitoral não retirou influência ao PCP começou já esta quarta-feira. Três dias após as eleições darem uma vitória tímida a Luís Montenegro e mais uma queda dos comunistas, Paulo Raimundo anunciou que o PCP vai avançar com uma moção de rejeição do Governo da AD, independentemente de Luís Montenegro avançar ou não com entendimentos com outros partidos à direita. “Temos a convicção e a certeza de que os objetivos da direita, independentemente das aparentes disputas, são prejudiciais aos trabalhadores, ao povo e ao país. Precisávamos que não fossem implementadas”, justificou o líder comunista na conferência de imprensa em que deu a conhecer as conclusões da reunião do Comité Central do partido, que esteve reunido esta terça-feira para análise dos resultados eleitorais.
Antes do anúncio comunista, já Mariana Mortágua tinha convidado os partidos da esquerda para reuniões em busca de “convergências”. Além do PS, Livre e PAN, também o PCP confirmou que estará presente e disponível para procurar entendimentos à esquerda. “Estaremos disponíveis para toda a convergência no concreto”, afirmou Paulo Raimundo. Antes, já o líder comunista tinha pedido “toda a convergência” para dar “soluções à vida das pessoas”, nomeadamente, nos salários e nas pensões. Contudo, ficou fora da equação qualquer coligação formal com os restantes partidos à esquerda: “Se há coisa que o PCP não fará é diluir-se em qualquer projeto que implique diluições.”
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