A sala que a CDU escolheu para a noite eleitoral permaneceu em silêncio desde que foram conhecidas as projeções dos resultados. Os olhos ficaram fixados nos ecrãs das televisões e dos telemóveis e nem a eleição da primeira deputada – Paula Santos, por Setúbal – interrompeu o transe em que os comunistas se viram envolvidos. O responsável pelo trancar dos rostos foi exatamente foram as projeções à boca das urnas que colocaram a CDU, na melhor das hipóteses a reduzir dos seis para os cinco deputados. Os resultados, conhecidos a conta-gotas, mostraram um cenário mais negro: apenas quatro deputados eleitos, uma nova redução da bancada parlamentar. Os votos nos comunistas têm vindo a cair desde 2019 e nem a mudança de liderança foi capaz de inverter o rumo.
Na espera quase interminável pela eleição do primeiro deputado comunista (que só aconteceu por volta das 23 horas), havia militantes sentados no chão, a andar pelos corredores ou colados às cadeiras. “Já hiperventilamos”, ouvia-se de uma das militantes presentes. “Lá estaremos de cabeça levantada”, ouviu-se de outro.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mcoutinho@expresso.impresa.pt