As cadeiras vazias foram-se enchendo de bandeiras verdes à medida que os ponteiros do relógio iam dando a volta. Aos poucos o burburinho começou a ecoar pela Sala do Rei, no Rossio, onde os membros do PAN vão enchendo as cadeiras enquanto aguardam pelos resultados da noite eleitoral. Foi uma noite de muito silêncio, expectativa, impasse e, feitas as contas, uma noite de derrota - ainda que a líder do partido o negue. “Estamos numa rota de crescimento”, afirmou mesmo Sousa Real, que viu esta campanha ter assolada por várias saídas do partido, colocando em causa a sua liderança
Ao falhar o objetivo de voltar a ter um grupo parlamentar, Inês Sousa Real voltará a enfrentar a contestação interna que ainda conseguiu vencer em 2022, mas que voltou e aumentou com o que os seus críticos consideram ser uma posição ambivalente da direção do PAN, que tanto votou orçamentos com o PS na República, como se aliou ao PSD na Madeira. Sem grupo parlamentar e sem ser útil para fazer qualquer maioria, Sousa Real ainda terá o problema da Madeira para resolver e para lhe acentuar as divisões internas.
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