Previsões económicas demasiado otimistas, perante uma conjuntura internacional incerta: foram estes os avisos que os socialistas vincaram durante a campanha. Excedente e rating são herança positiva que arriscam pressionar a AD ou dar-lhe trunfos
Não foi um, não foram dois, nem sequer apenas três: foram inúmeros os avisos do Partido Socialista durante a campanha. De António Costa a Pedro Nuno Santos, passando por António Vitorino e até à filha de Mário Soares, Isabel Soares, o PS esteve unido a dramatizar a ideia de que o país e o mundo têm pela frente um cenário de incerteza e que o país não podia arriscar no que não era estável (AD) e devia por isso confiar de novo no PS, que defendiam tinha dado provas de gestão de crises sem cortes e com equilíbrio orçamental.
À conjuntura internacional junta-se agora uma difícil governação com apertados espaços para consensos ou acordos parlamentares, mas já com o leme nas mãos de Luís Montenegro e da Aliança Democrática. Uma conjuntura relativamente à qual o PS se apressou a afastar-se, ao assumir-se como o partido que lidera a oposição e ao deixar as linhas delimitadas: o PS não viabilizará orçamentos à partida e não dará a mão à governação da AD, um jogo de espelhos com o PSD que empurra para o PS a “responsabilidade” e a “aliança negativa” com o Chega.
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