“Meta-me aqui um autografozinho”. Pedro Nuno Santos não é ator, cantor famoso, é político profissional, mas até um autógrafo dá em Moscavide, em Loures. Aqui, o autógrafo vai escrito no Poesia Completa, de Miguel Torga. “Tem de me arranjar caneta”. A caneta veio, como veio a conversa – e o socialista, aberto a assinar acordos escritos à esquerda para suportar um governo, tem vindo a insistir na sua capacidade de diálogo.
O próprio Pedro Nuno Santos dirá isso, umas horas mais tarde da arruada de Moscavide, no almoço da Trindade: “Sabemos hoje que se ganharmos as eleições, somos capazes de ouvir os outros. Isso sempre nos distinguiu deles. Nós conseguimos ganhar as eleições, que a esquerda ganhe as eleições, mas isso só acontece com o PS a derrotar o PSD”, comentará nesse almoço. Sobre essa vitória do PS, Pedro Nuno também falou com o leitor da Poesia Completa, de Torga.
“Antes de o Sr. Dr. fazer concordância à esquerda, já eu previa um bloco de centro-esquerda”, relata o homem do livro. “Mas o PS tem de ganhar as eleições, senão, não há nada para ninguém”, contrapõe Pedro Nuno, que ali recebe uma sondagem, daquelas que não estão registadas na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). As sondagens não têm dado um PS vencedor, mas ali foi diferente.
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