“Perdoem-me, eu também quero mudar algumas coisas”, disse a dada altura Pedro Nuno Santos no seu longo discurso de hora e meia de apresentação do programa do partido. No PS mudou quem manda, mas o novo líder ainda pede licença ao antecessor. O programa eleitoral do PS, apresentado este domingo, serve para Pedro Nuno ficar na continuidade naquilo que correu bem e mudar a agulha da governação de Costa, corrigindo o tiro pela esquerda, no que diz que correu mal. E isso mostra duas coisas: que o programa eleitoral é um difícil equilíbrio entre a continuidade e as mudanças de cunho próprio do novo secretário-geral. Não são ruturas vincadas, apesar de haver propostas mais à esquerda, sobretudo na habitação e um corte com a ideia das finanças todas poderosas. Com Pedro Nuno, será a economia no centro. O programa do PS serve a estratégia de polarização com a “direita inteira” ou “toda junta”, que acena com “a ideia de colapso” no Serviço Nacional de Saúde para o destruir e que tem programas “estratosféricos” em termos de contas públicas que levariam à “austeridade”.
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