Depois de muitas semanas a ser preparado por estruturas internas, membros da sociedade civil e Direção, o programa eleitoral do Chega para as eleições de 10 de março foi finalmente conhecido esta quinta-feira. A “finalização” do documento teve avanços e recuos, um comício de introdução, e uma primeira versão com gralhas e alguns pormenores gráficos em falta: pela primeira vez, o Chega apresenta-se a eleições “com um programa de Governo” desenhado para ultrapassar as votações de PS e AD e ficar em primeiro lugar.
A exigência é maior, e é notório o esforço do partido para evitar as críticas a programas eleitorais passados (“O programa do Chega tem 9 páginas, isto não é coisa que se apresente ao país”, disse Rui Tavares no debate com Ventura em 2022). Dividido em 25 áreas, o documento tem mais de 170 páginas e está escrito numa linguagem explicativa e virada para soluções.
O discurso é mais estruturado do que agressivo, e a pergunta “Como?” surge no cabeçalho de cada promessa eleitoral: o partido faz um pequeno diagnóstico com dados e respectivas fontes, estabelece “prioridades”, apresenta propostas concretas – e termina cada capítulo lembrando o trabalho feito desde que está no Parlamento, especificando os projetos-lei que apresentou e como votaram os partidos. Ou seja: como não teve nenhuma iniciativa aprovada, a palavra “Rejeitada” surge escrita a vermelho dezenas de vezes ao lado dos outros partidos.
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