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Legislativas 2024

Ventura moderou-se? Pousou algumas bandeiras, mas manteve o tom radical e populista para dar tudo a todos

Ventura moderou-se? Pousou algumas bandeiras, mas manteve o tom radical e populista para dar tudo a todos
RUI DUARTE SILVA

André Ventura queria parecer moderado e responsável, mas sai da convenção de Viana do Castelo sem conseguir explicar como vai pagar tantas medidas, para tudo, para todos, ao mesmo tempo. Deu como perdidas as bandeiras da castração química e da prisão perpétua, mas manteve a marca de água da direita radical na imigração. Aliás, todo o congresso seguiu a cartilha das direitas populistas. O líder, reeleito com 98,9%, parte para a campanha a ignorar Luís Montenegro e a apoucar o PSD, para polarizar com Pedro Nuno Santos, como se fosse ele a única alternativa à direita

Ventura moderou-se? Pousou algumas bandeiras, mas manteve o tom radical e populista para dar tudo a todos

Vítor Matos

Jornalista

André Ventura saiu da Convenção do Chega em Viana do Castelo sem falar (diretamente) de ciganos, sem mencionar a castração química e sem defender (abertamente) a prisão perpétua ou a teoria racista da grande substituição populacional. Dois dias antes, ao chegar ao Minho, o líder da direita radical tinha começado por dizer que "o Chega tem de deixar de ser um partido de protesto, que pode continuar a ser, mas também tem a responsabilidade de ser um partido de governo e de apresentação de soluções". Na verdade, Ventura moderou-se ao meter na gaveta as propostas inconstitucionais do início da sua carreira, mas manteve a faceta, o tom e a retórica de um partido radical de protesto, enquanto apresentou “soluções” e medidas cuja responsabilidade foi questionada pela direita e pelo atual Governo poucos minutos depois de ter acabado a sua intervenção final.

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