Europeias 2024

Partido de extrema-direita alemã AfD exclui cabeça-de-lista da delegação de eurodeputados

Maximilian Krah não vai aparecer na campanha do seu partido para as eleições europeias
Maximilian Krah não vai aparecer na campanha do seu partido para as eleições europeias
Maja Hitij

O partido de extrema-direita AfD, que ficou em segundo lugar nas eleições europeias na Alemanha, excluiu o seu cabeça de lista, Maximilian Krah, da delegação de eurodeputados, devido a várias polémicas

Lusa

O partido de extrema-direita AfD, que ficou em segundo lugar nas eleições europeias na Alemanha, excluiu esta segunda-feira o seu cabeça de lista, Maximilian Krah, da delegação de eurodeputados, devido a várias polémicas.

A informação foi anunciada pelo próprio Krah, num vídeo que publicou na sua conta da rede social X.

"Desejo aos meus colegas deputados recém-eleitos o maior sucesso na sua tentativa de reentrar no grupo parlamentar ID (Identidade e Democracia) sem mim", afirmou o responsável, referindo-se à expulsão do grupo europeu há algumas semanas, depois das declarações polémicas de Krah.

"Penso que este é o caminho errado a seguir e um sinal desastroso para os nossos eleitores, especialmente para os jovens", acrescentou.

Krah afirmou que os eurodeputados eleitos da AfD tencionam negociar com a União Nacional francesa de Marine Le Pen a readmissão na bancada da ID.

Em resposta à imprensa, admitiu que oito dos seus colegas de partido votaram contra a sua admissão na delegação do seu partido, enquanto quatro votaram a favor e três abstiveram-se.

Krah criticou ainda o facto de um partido que se candidata com o objetivo declarado de defender os interesses dos alemães se deixar "ditar" por um partido estrangeiro — referindo-se ao partido da extrema-direita francesa.

A 23 de maio, a ID decidiu expulsar toda a delegação da AfD devido aos escândalos que envolveram Krah, embora já fosse público que, após as eleições, os alemães não seriam bem-vindos de volta ao grupo de extrema-direita.

Depois de Krah ter afirmado que "nem todos na organização nazi das SS eram criminosos", a União Nacional de França e a Liga do vice-primeiro-ministro italiano Matteo Salvini indicaram que não iriam continuar a partilhar o grupo parlamentar com os alemães.

No final de abril, um dos funcionários da AfD em Bruxelas foi detido por suspeita de espionagem a favor da China e o Ministério Público de Dresden (leste da Alemanha) abriu um processo preliminar para determinar se Krah também pode ter recebido pagamentos de Pequim.

Juntamente com o seu número dois, Petr Bystrom, Krah é também suspeito de ter recebido dinheiro de Moscovo em troca da divulgação de certas opiniões pró-russas, por exemplo, através da plataforma Voz da Europa.

A AfD conquistou seis dos nove assentos parlamentares no domingo e ficou em segundo lugar na Alemanha, com 15,9% dos votos, atrás dos democratas-cristãos (30%).

O SPD do chanceler Olaf Scholz obteve 13,9%, o seu pior resultado de sempre numa eleição nacional.

A taxa de participação nas eleições europeias na Alemanha foi de 64,8%, um número sem precedentes desde a reunificação.

Cerca de 361 milhões de eleitores dos 27 países da União Europeia (UE) foram chamados a escolher a composição do próximo Parlamento Europeu, elegendo 720 eurodeputados, mais 15 que na legislatura anterior.

A Portugal cabem 21 lugares no hemiciclo europeu.

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