Apesar de o objetivo de manter os dois eurodeputados não ter sido cumprido, o Bloco de Esquerda viu o copo meio cheio e celebrou a manutenção do partido no Parlamento Europeu numas eleições particularmente difíceis para a esquerda à esquerda do PS
Depois das sondagens durante a campanha não terem garantido a eleição de qualquer deputado do Bloco de Esquerda, as primeiras projeções fizeram gelar a sala do Forum Lisboa, este domingo. Durante mais de três de horas, as televisões colaram os olhares dos bloquistas que só respiraram de alívio quando a eleição de Catarina Martins foi confirmada pela própria. Apesar de o resultado significar uma perda em relação às últimas eleições europeias – o Bloco passa de dois para apenas um eurodeputado –, o contexto difícil valeu uma celebração como se todos os objetivos tivessem sido atingidos. “O entusiamo é por causa disso, é vontade de fazer resistência e luta e uma enorme alegria de ter a Catarina Martins a fazê-la connosco”, justificou Mariana Mortágua após os gritos e bandeiras hasteadas que pintaram um ambiente de celebração.
“Numas eleições que sabíamos ser muito difíceis, o Bloco de Esquerda mantém a representação parlamentar”, lançou Catarina Martins do púlpito, ainda antes dos resultados oficias terem confirmado a eleição da cabeça de lista. Só manteve no sentido de ter assegurado que continua a ter lugar no Parlamento Europeu, mas viu essa representação reduzida para metade. Assim, estava lançado o mote da narrativa que o partido trabalhou internamente e que deverá utilizar nas próximas semanas para justificar os resultados eleitorais que causaram a redução da bancada parlamentar bloquista em Bruxelas – em 2019, o partido conseguiu eleger dois eurodeputados e agora passou para um. “Resistimos e estamos aqui para fazer uma batalha que é muito importante”, reforçou Mariana Mortágua.
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