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“O Partido Comunista não assinou, nem vai assinar a certidão de óbito”: CDU lembra “força de Abril” para assegurar futuro

João Oliveira e Mariana Silva, candidatos da CDU para o Parlamento Europeu, e Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP visitam a antiga delegação da PIDE/DGS no Porto.
João Oliveira e Mariana Silva, candidatos da CDU para o Parlamento Europeu, e Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP visitam a antiga delegação da PIDE/DGS no Porto.
Ana Baiao

No penúltimo dia da campanha da CDU, João Oliveira caminhou orgulhosamente ao lado dos que resistiram ao fascismo para lembrar que também esta é “uma batalha pela democracia”. “A gente aprende com a vida. Já mataram tantas vezes o PCP…”, diz quem já tem mais de 60 anos do partido. “Há sempre alguém que vem atrás e nos abre a porta”

“O Partido Comunista não assinou, nem vai assinar a certidão de óbito”: CDU lembra “força de Abril” para assegurar futuro

Ana Baião

Fotojornalista

“Muitas vezes perguntam se tão nova não tive medo. Eu não pensei nisso. Sabia que podia ser presa, mas quem é que pensa que uma coisa dessas me vai acontecer a mim. Eu até nem fazia coisas assim tão transcendentes.” Maria José Ribeiro percorre os exíguos corredores e salas do número 329 da Rua do Heroísmo, no Porto, ao lado de João Oliveira e Paulo Raimundo.

Atual Museu Militar, a casa senhorial foi em tempos a sede a delegação da PIDE na Invicta e foi nessa condição que aqui entrou pela primeira vez em 1959. Tinha 23 anos e era casada há poucas semanas, mas costumava participar em reuniões de jovens na praia do Arainho. “[Depois das eleições de Humberto Delgado] A PIDE entendeu que devia desencadear uma ação de repressão forte, particularmente os jovens para cortar o mal pela raiz.” Eram 24 e foram todos presos, mas Maria José Ribeiro foi a última, porque era a única mulher. A experiência foi “caricata”. “Não sabiam bem o que fazer comigo”, conta. Se no início acharam que era só uma jovem a namorar com alguém do movimento, rapidamente ficou “rotulada” como potencial líder depois de terem encontrado nas buscas domiciliarias as cartas do pai, que tinha estado 16 anos preso no Tarrafal por participar na Revolta dos Marinheiros.

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