O trabalho é duro, barulhento e repetitivo, mas João Oliveira lá se vai fazendo ouvir. Etapa a etapa, trabalhador a trabalhador, troca cumprimentos e algumas palavras rápidas, antes de deixar panfletos. A cada etapa, os blocos de granito vão ficando mais pequenos, racham-se em pedras cada vez mais pequenas até serem paralelos para calçada. E pelo caminho, o comunista espera que se encontrem alguns votos.
Na M. Barbosa Granitos Lda., em Penafiel, chegaram a trabalhar 250 pessoas. Hoje restam cerca de 20. “Muita gente foi para a reforma, outros foram embora, mas a maioria emigrou para ter melhor qualidade de vida e salários”, explica Vitorino Pereira, que herdou a empresa familiar fundada pelo pai em 1978. Muitos têm ido para Suécia e Noruega, só que mesmo quem chega já não quer este ramo. “Há menos gente a aparecer para trabalhar neste ramo. Para eu meter aqui dois homens, alguém [nas pedreiras ali perto, muitas na mesma estrada] vai ficar sem eles.”
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