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Europeias 2024

O “planeamento civilizacional” de Ventura e dois choques com Le Pen

André Ventura, Tânger Corrêa e a comitiva do Chega numa arruada em Albufeira
André Ventura, Tânger Corrêa e a comitiva do Chega numa arruada em Albufeira
José Fernandes

De manhã, o líder do Chega parou em Milfontes, uma das freguesias mais pressionadas pelos migrantes para defender imigração de “matriz” portuguesa. À tarde, criticou o acordo de facilitação de vistos com os PALOP. O candidato Tânger Corrêa discordou da francesa Le Pen na imigração e Ventura criticou a posição da sua parceira europeia na Ucrânia.

O “planeamento civilizacional” de Ventura e dois choques com Le Pen

Vítor Matos

Jornalista

“Não tenho guarda costas”, afirmava Carolina Reis, dona da lavandaria Rio Maior, com medo de falar. “Alguém me disse que há um grupo ‘deles’ para me pressionar. Eu resisto. Há 34 lojas aqui no centro comercial e querem ficar com as lojas todas”, queixou-se a André Ventura. A primeira ação de campanha oficial do Chega para as europeias foi em Vila Nova de Milfontes (concelho de Odemira), através de uma espécie de arruada que durou menos de 20 minutos, mas que, na verdade, era apenas a visita à proprietária de uma lavandaria que se queixava dos imigrantes indostânicos, que já são cerca de metade da população desta freguesia (onde o Chega venceu nas legislativas de março).

A caminho do Algarve, onde o Chega foi o mais votado nas últimas eleições, a caravana parou no Alentejo, num dos lugares mais propícios à campanha da direita radical contra a imigração. “Não foi uma coincidência”, reconheceu André Ventura em declarações aos jornalistas junto ao mercado, onde um turista italiano comentava com um amigo que deitava para o lixo o boletim de voto que a embaixada lhe enviava. “Demonstra a vontade de colocar o tema da imigração descontrolada nos grandes debates sobre a Europa e sobre a relação de Portugal com a Europa.”

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