Miguel Albuquerque diz que PAN foi a escolha “natural” para garantir a maioria

O Presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque explicou, em entrevista ao programa "Grande Entrevista" da RTP3, que a escolha do PAN se deveu à identificação com algumas "questões fundamentais e prioritárias" que constam no programa do partido.

A coligação PSD/CDS-PP, que teve como cabeça de lista Miguel Albuquerque venceu no domingo as eleições legislativas regionais, mas não conseguiu um deputado para a maioria absoluta. Um acordo parlamentar com o PAN, anunciado na terça-feira, foi a solução do executivo madeirense.

“A preservação dos ecossistemas, a questão da transição climática, a necessidade de preservar a biodiversidade, a questão de encararmos um futuro sustentável para a nossa sociedade" são algumas das preocupações do PAN que se alinham com o PSD.

Miguel Albuquerque realçou que "um governo com um acordo parlamentar a quatro anos é um governo que tem de funcionar com maior capacidade de diálogo e com maior interação entre as forças políticas". Acrescenta que não existiu “qualquer desentendimento” com o CDS, partido com quem governou o último mandato.

Relativamente à Iniciativa Liberal (IL), o Presidente declarou que "nunca foi a sua opção" devido a questões de política, mas continua "aberto a dialogar com o IL". A mesma disponibilidade para conversar não se aplica ao Chega. “É preciso enfrentar e desmistificar” os protagonistas dos movimentos populistas, defende o líder madeirense.

Questionado acerca das eleições europeias, em junho de 2024, Miguel Albuquerque afirmou que o PSD precisa de ganhar as eleições. Caso este cenário não se suceda, revela que será “o primeiro a dizer que devemos tirar consequências”.

Durante a entrevista, o líder regional falou ainda acerca de Luís Montenegro, que foi até à Madeira apoiá-lo no final da campanha e na noite eleitoral. “É criticado por tudo” declarou Miguel Albuquerque acerca do líder nacional do PSD e acrescentou que as polémicas que envolvem Luís Montenegro são “conversa para entreter”.

Discutiu ainda o regresso de Pedro Passos Coelho à vida política, “fez um trabalho patriótico, que depois foi desvirtuado”, para Miguel Albuquerque o ex-primeiro-ministro acabou transformado em “papão”. Apesar de o líder regional desconhecer as intenções de Passos Coelho, revelou que “as Europeias vão ser muito importantes para o novo ciclo político e devem ser aproveitadas pelo PSD”.