Eleições na Madeira 2023

PAN: Mónica Freitas contraria direção e diz que acordo com PSD já foi assinado

Mónica Freitas, deputada eleita pelo PAN que é decisiva para a maioria da coligação governamental na Madeira, liderada pelo PSD
Mónica Freitas, deputada eleita pelo PAN que é decisiva para a maioria da coligação governamental na Madeira, liderada pelo PSD

Deputada do PAN rejeita que acordo com o PSD seja “ilegítimo”, tal como acusa Joaquim Sousa, ainda porta-voz do partido na região e antigo cabeça de lista às eleições regionais

PAN: Mónica Freitas contraria direção e diz que acordo com PSD já foi assinado

Liliana Coelho

Jornalista

A deputada eleita pelo PAN, Mónica Freitas, assegurou esta quarta-feira ao representante da República para a Madeira que o partido contribuirá para a garantia da estabilidade na região e continuará a zelar pelas suas causas.

À saída do encontro, a assistente social e ativista avançou que o acordo foi assinado na terça-feira, contrariando a versão da direção do partido, e recuou ao admitir que o porta-voz do PAN Madeira se mantém em funções, após ter anunciado ontem a sua demissão em conferência de imprensa.

“O acordo foi assinado no dia de ontem [terça-feira] e o PAN está comprometido com as suas causas e vai fazer valer as medidas que foram defendidas durante toda a campanha. Continuamos firmes e fiéis aquelas que são as nossas causas, mas claro que a bem da democracia podemos negociar, conversar e chegar a um acordo”, afirmou Mónica Freitas em declarações aos jornalistas.

Ao Expresso, fonte oficial da Comissão Política Nacional (CPN) garante, porém, que o compromisso ainda será assinado, após a reunião extraordinária da CPN, agendada para as 21h30, esta noite. “O acordo político resultou do trabalho conjunto de cada um dos partidos, ficando ainda sujeito à ratificação dos órgãos internos do PSD e do PAN e à assinatura dos respetivos representantes”, disse a direção.

Clima de guerra interna

Questionada pelos jornalistas, Mónica Freitas reconheceu que Joaquim Sousa – que foi afastado do lugar de cabeça de lista a cerca de um mês das eleições – continua a ser o porta-voz do PAN-Madeira, mas recusou que o acordo seja “ilegítimo”. O ainda porta-voz, tem defendido que não só a deputada ainda não tomou posse como o acordo não foi sufragado pela Comissão Política regional ou pela Comissão Política Nacional. “São questões a nível interno. A situação do porta-voz é de transição e muito em breve será resolvida. As pessoas que estão aqui hoje são elementos da comissão politica regional, eu sou a deputada eleita, têm toda a legitimidade", sustentou Mónica Freitas, lembrando ainda que Sousa não tinha que ser convocado para a reunião com o representante da República na Madeira, uma vez que se “afastou" desde a alteração da lista eleitoral. “O bom senso há que reinar", atirou.

Ao que o Expresso apurou, o PAN prepara-se para abrir um processo disciplinar contra Joaquim Sousa, com vista à sua expulsão de partido. O mal-estar entre Joaquim Sousa e os órgãos do PAN começou em fevereiro do ano passado. Na altura, o porta-voz do PAN Madeira demitiu-se da CPN (direção) na sequência da decisão de não convocar um Congresso Extraordinário “para retificar os estatutos que consagraram a autonomia das comissões políticas da Madeira e dos Açores, que tinha sido aprovada no Congresso de Tomar em junho de 2021 e que, por outros motivos, foram chumbados pelo Tribunal Constitucional (TC)”. Sem ser substituído, o antigo cabeça de lista mantém-se para já como porta-voz do PAN-Madeira, de acordo com os estatutos.

Segundo a deputada eleita, o compromisso assumido com a coligação “Somos Madeira” foi “ponderado seriamente” pelo partido, pelo que pedem aos madeirenses e portosanteneses confiança. “Estamos conscientes da responsabilidade e desafio que temos pela frente e prontos para trabalho que vamos desenvolver”, afiançou.

Durante esta quarta-feira, o representante da República para a Região Autónoma da Madeira continuará a ouvir todos os partidos com representação parlamentar, esperando-se que convide a coligação PSD/CDS a formar governo.

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