O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou uma reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional para terça-feira, para discutir a situação no Médio Oriente, após o Irão ter atacado Israel no sábado.
“Tendo em conta a situação atual e possíveis desenvolvimentos, o Presidente da República decidiu convocar uma reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional para terça-feira, 16 de abril, pelas 18h, no Palácio de Belém”, lê-se numa nota divulgada na página oficial da Presidência da República.
Nos termos da Constituição, o Conselho Superior de Defesa Nacional é um órgão colegial específico, presidido pelo Presidente da República, de consulta para os assuntos relativos à defesa nacional e à organização, funcionamento e disciplina das Forças Armadas.
Fazem parte deste órgão o primeiro-ministro, os ministros de Estado e da Defesa Nacional, Negócios Estrangeiros, Administração Interna, Finanças e responsáveis pelas áreas da indústria, energia, transportes e comunicações, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas e os chefes da Armada, do Exército e da Força Aérea.
Integram ainda o Conselho Superior de Defesa Nacional os representantes da República e presidentes dos governos das regiões autónomas dos Açores e da Madeira, o presidente da Comissão de Defesa Nacional da Assembleia da República e mais dois deputados eleitos para este órgão por maioria de dois terços.
Reações ao ataque do Irão na política portuguesa
As reações a este ataque do Irão vieram de vários sectores políticos.
No início desta madrugada, o Governo português condenou o ataque iraniano a Israel. O primeiro-ministro Luís Montenegro apelou à contenção nas hostilidades para “evitar uma escalada de violência”. “O Governo português condena veementemente o ataque do Irão a Israel."
O secretário-geral do PS também condenou “sem reservas” o ataque e pediu que a comunidade internacional “mobilize todos os meios diplomáticos para travar a escalada do conflito”.
“Os violentos ataques desencadeados pelo Irão na passada noite, dirigidos a inúmeros alvos em Israel, merecem uma condenação sem reservas”, lê-se numa publicação na página oficial de Pedro Nuno Santos na rede social X (antigo Twitter).
O líder socialista defende que a paz no Médio Oriente “não se construirá através de escaladas desproporcionais dirigidas contra alvos civis, sendo fundamental que a comunidade internacional mobilize todos os meios diplomáticos para travar a escalada do conflito, de forma a poupar vidas inocentes e a garantir o não alastramento de hostilidade”.
Já o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, condenou o ataque do Irão a Israel no sábado à noite e defendeu que o Estado português "está obrigado a ser um construtor da Paz" em respeito da Constituição da República. "Condenamos esta escalada que começou de forma mais expressiva com o bombardeamento de Israel ao Consulado do Irão, em Damasco, e que teve agora esta resposta militar por parte do Irão", acrescentou.
300 drones e mísseis balísticos
O ataque do Irão contra Israel, em que, segundo Telavive, foram utilizados mais de 300 ‘drones’, mísseis balísticos e de cruzeiro, ocorreu duas semanas depois de um atentado bombista ao consulado iraniano em Damasco, no qual morreram vários membros da Guarda revolucionária iraniana, ataque que Teerão atribui a Israel.
Segundo o exército Israelita, dos cerca de 170 ‘drones’ (aeronaves não tripuladas) que o Irão lançou antes da meia-noite, nenhum atingiu o território israelita e 25 dos cerca de 30 mísseis de cruzeiro e quase todos os “mais de 120” mísseis balísticos também foram intercetados.