No dia 15 de novembro, a Provedoria de Justiça vai deixar as instalações que utiliza há 50 anos no bairro da Lapa, em Lisboa, para ocupar o histórico Palácio Vilalva — conhecido como o Governo Militar de Lisboa —, cujas obras estão a terminar para receber a provedora Maria Lúcia Amaral e os 120 funcionários da instituição. A transferência, no entanto, sairá €14,4 milhões mais cara aos cofres do Estado, porque o Ministério da Defesa Nacional (MDN) cedeu o edifício pelo valor de mercado, como se estivesse a vender o palácio a um privado (apesar de manter a propriedade do imóvel), aparentemente ignorando uma nota técnica da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), que propunha um montante muito inferior (menos de metade), para “cedência de utilização” entre aquelas instituições do Estado.
O edifício, que pertencia ao domínio público militar, foi desafetado pelo MDN, através da figura da “cedência de utilização”, por renda de €24,4 milhões pagos em prestações ao longo de 15 anos, depois de um despacho conjunto, assinado pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, e pelo ex-secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira (que se demitiu em agosto após ser constituído arguido por corrupção na operação Tempestade Perfeita).
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