“O Marco Capitão Ferreira combinou comigo que me ia fornecer as peças, que me ia fornecer os nomes dos outros dois concorrentes a serem convidados. Assim o fez”, declarou Paulo Branco no interrogatório conduzido pela procuradora Celestina Morgado, do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa. Este acusado de corrupção no processo Tempestade Perfeita era o responsável financeiro da Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN) e avançou para a contratação do então professor de Direito, depois de alegadamente ter a cobertura de João Gomes Cravinho (ver texto em cima) para o compensar pelos trabalhos que tinha realizado para o gabinete do então ministro da Defesa. Ao Expresso, Cravinho nega que se tratasse de uma contrapartida.
O ajuste direto, que aconselhava a uma consulta prévia para parecer tudo legal, foi uma ficção, segundo o acusado: “[Marco Capitão] disse-me logo que um [dos juristas convidados] iria dizer que não e que o outro iria apresentar um valor superior. Correu exatamente como ele disse. E foi contratado e foi pago”, contou Paulo Branco ao DIAP. Os outros juristas eram João Martins Claro, que recusou o convite — porque ia ocupá-lo dois meses em “exclusivo” —, e João Gomes de Almeida, que apresentou um valor mais elevado e não entregou a documentação necessária.
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