As obras no Palácio Bensaúde, situado em Sete Rios (Lisboa), para alojar a idD Portugal Defence — a holding das participações do Estado nas indústrias de Defesa —, empresa então presidida por Marco Capitão Ferreira, foram realizadas em 2020 por uma construtora envolvida na alegada rede de corrupção do processo Tempestade Perfeita. O contrato com a RomaPremium, pelo valor de €99,7 mil (mais IVA), foi assinado por Alberto Coelho, que era o diretor-geral de Recursos de Defesa Nacional (DGRDN), hoje arguido por suspeitas de corrupção e branqueamento. Mas uns meses depois, a idD teve de fazer novas obras, no valor de €128,7 mil (mais IVA), porque não tinham sido realizadas todas as intervenções necessárias ao funcionamento da empresa.
A primeira empreitada ficou sob a alçada da DGRDN e não da idD, porque, em agosto de 2020, as duas entidades celebraram um protocolo assinado por Alberto Coelho e Capitão Ferreira, o ex-secretário de Estado da Defesa, que se demitiu este mês depois de constituído arguido por corrupção e participação económica em negócio no âmbito da mesma investigação. O objeto do protocolo era “proceder às obras de adaptação necessárias à instalação dos serviços da idD”, que estava a funcionar nuns escritórios arrendados no Restelo. A direção-geral da Defesa assumia, assim, “o compromisso de conduzir todo o processo de contratação, incluindo o planeamento das obras a realizar”, explica ao Expresso fonte oficial da empresa. Mas a fatura seria paga pela idD.
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