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Crise política

Crónica de uma queda anunciada e prolongada em sete actos

Moção Confiança apresentada pelo governo. Pedro Nuno Santos
Moção Confiança apresentada pelo governo. Pedro Nuno Santos
Nuno Fox

“Truques”, “chantagens”, “regateios”, “arranjinhos” e tentativas de passa-culpas. Uma tarde em que o Parlamento ardeu politicamente, com o CDS a ver o fogo longe do resto da AD, e em que o Governo tentou passar a ideia que “tentou tudo até à última”, menos retirar a moção de confiança

Crónica de uma queda anunciada e prolongada em sete actos

Liliana Valente

Coordenadora de Política

“Uma pessoa a querer ver o Benfica e agora isto?”, desabafa Paulo Raimundo a brincar. Ao intervalo do jogo, tanto no Parlamento como em Barcelona, se percebia que a não ser que um milagre acontecesse, o desfecho em ambos os campos era inevitável. Em Espanha, o Benfica perdia 3-1. Em Lisboa, o Governo tentava levar o jogo para prolongamento. Já quase no final do debate, Paulo Núncio fez a vontade ao líder comunista e pediu uma suspensão potestativa do debate da moção de confiança, a tempo da segunda parte da Champions e com isso atrasando uma hora a votação da moção sem dizer qual o argumento. Esse ficaria evidente quando Montenegro apareceu à hora certa, às 20h00, a responsabilizar o PS pela crise, depois de ter visto a moção de confiança ser chumbada por toda a esquerda e pelo Chega. Ao fundo, quando Montenegro abandonava o Parlamento depois da queda, uns aplausos de uns visitantes ecoaram nos Passos Perdidos. Cumprida a tarefa, revelavam a intenção: “O nosso apoio está feito”.

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