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Crise política

Esquerda testa nova liderança do PS: Caderno de encargos para possível acordo começa a ganhar corpo

Mariana Mortágua na conferência de imprensa na sede do BE em Lisboa sobre o acordo da COP28
Mariana Mortágua na conferência de imprensa na sede do BE em Lisboa sobre o acordo da COP28
RODRIGO ANTUNES

BE e PCP começam a desenhar “caderno de encargos” para o PS, mas insistem em não assumir futura ‘geringonça’

Os ex-parceiros de ‘geringonça’ entram em campanha eleitoral no difícil equilibrismo entre testar o PS, apresentando um “caderno de encargos” e ao mesmo tempo mantendo o tabu de uma futura ‘geringonça’, na tentativa de lutarem pelo melhor resultado, cada um por si. Por isso, não dão um novo acordo com os socialistas garantido à partida, mas vão deixando claro os temas que podem ser decisivos. Nesta espécie de “caderno de encargos” para Pedro Nuno Santos estão incluídas medidas mais ambi­ciosas na habitação, na saúde, na educação e no trabalho. Sem a garantia de um bom resultado nas urnas e com a prioridade colocada em impedir um Governo de direita, a margem de negociação dos partidos à esquerda do PS é imprevisível.

Com a habitação como uma das “principais crises que Portugal enfrenta”, este é um tema que deverá ser decisivo para um entendimento à esquerda que inclua o Bloco. Nesta legislatura, o PS chumbou as medidas centrais para o Bloco como a proibição de venda de casas a não residentes ou a introdução de tetos máximos para as rendas. Para alinharem políticas no futuro, Mariana Mortágua deixou o aviso a Pedro Nuno Santos: “É necessário fazer muito diferente do que a maioria absoluta tem feito até agora.” Também uma reversão da “degradação dos serviços de saúde” é colocado como prio­ridade pela líder bloquista. A saúde, aliás, foi o tema em que o BE mais insistiu nas negocia­ções com Costa e que levaria ao rompimento nas conversas para o OE de 2021.

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