Esquerda testa nova liderança do PS: Caderno de encargos para possível acordo começa a ganhar corpo

BE e PCP começam a desenhar “caderno de encargos” para o PS, mas insistem em não assumir futura ‘geringonça’
BE e PCP começam a desenhar “caderno de encargos” para o PS, mas insistem em não assumir futura ‘geringonça’
Jornalista
Os ex-parceiros de ‘geringonça’ entram em campanha eleitoral no difícil equilibrismo entre testar o PS, apresentando um “caderno de encargos” e ao mesmo tempo mantendo o tabu de uma futura ‘geringonça’, na tentativa de lutarem pelo melhor resultado, cada um por si. Por isso, não dão um novo acordo com os socialistas garantido à partida, mas vão deixando claro os temas que podem ser decisivos. Nesta espécie de “caderno de encargos” para Pedro Nuno Santos estão incluídas medidas mais ambiciosas na habitação, na saúde, na educação e no trabalho. Sem a garantia de um bom resultado nas urnas e com a prioridade colocada em impedir um Governo de direita, a margem de negociação dos partidos à esquerda do PS é imprevisível.
Com a habitação como uma das “principais crises que Portugal enfrenta”, este é um tema que deverá ser decisivo para um entendimento à esquerda que inclua o Bloco. Nesta legislatura, o PS chumbou as medidas centrais para o Bloco como a proibição de venda de casas a não residentes ou a introdução de tetos máximos para as rendas. Para alinharem políticas no futuro, Mariana Mortágua deixou o aviso a Pedro Nuno Santos: “É necessário fazer muito diferente do que a maioria absoluta tem feito até agora.” Também uma reversão da “degradação dos serviços de saúde” é colocado como prioridade pela líder bloquista. A saúde, aliás, foi o tema em que o BE mais insistiu nas negociações com Costa e que levaria ao rompimento nas conversas para o OE de 2021.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mcoutinho@expresso.impresa.pt