PSD abre caça ao voto útil: Montenegro procura independentes e ainda hesita sobre CDS

Coligações: CDS não está decidido e tem riscos. Aposta é em independentes, para ocupar o centro
Coligações: CDS não está decidido e tem riscos. Aposta é em independentes, para ocupar o centro
Luís Montenegro chega ao átrio da Universidade Católica, em Lisboa, e engole a atenção dos jornalistas, que o rodeiam para que explique a proposta que tem para as pensões. A certa altura, atrás dele surge Pedro Passos Coelho, entrando despercebido no auditório onde dali a minutos seria apresentado o novo livro de Paulo Rangel, vice-presidente do PSD. Montenegro e Passos não se viram, não se cruzaram, mas, mesmo que não se possam fazer leituras políticas, é possível que aquela entrada tenha sido ensaiada.
Os convidados sucediam-se e iam fazendo saber o mesmo: que só ali estavam a pretexto da “amizade” para com Rangel e nada mais, apesar de não pararem de chegar figuras que faziam daquele encontro uma espécie de extensão do último congresso do PSD. Não estava Cavaco, mas estava Passos, não estava Moedas, mas estavam vereadores da Câmara de Lisboa, incluindo o número dois, Filipe Anacoreta Correia, do CDS. Manuela Ferreira Leite e Maria Luís Albuquerque repetiam presenças. A ida de centristas como Paulo Núncio, Nuno Magalhães ou Diogo Feio lembrava que, mesmo que um cenário de coligação pré-eleitoral com o CDS (amplamente pedido por sociais-democratas de longa data) esteja, para já, longe de fechada e seja até incerta, as pontes de contacto não ruíram. A direita mexe-se.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: jdcorreia@expresso.impresa.pt