
António Costa tomou posse há oito anos. Socialistas acreditam que marca ainda vale no país. Candidatos colam-se ao legado
António Costa tomou posse há oito anos. Socialistas acreditam que marca ainda vale no país. Candidatos colam-se ao legado
Coordenadora de Política
Jornalista
Quando saiu do Governo socialista de António Costa, Mário Centeno adotou um hobbie: comprar garrafas de vinho de reserva do ano de 2016, o ano em que começou o “legado” que agora António Costa deixa, ao fim de oito anos, a quem lhe suceder no PS. O derrubar dos muros da governabilidade à esquerda, as “contas certas” e a consolidação de um modelo económico que tem finalmente permitido a convergência com a União Europeia, são alguns dos feitos que os socialistas reconhecem a Costa e que têm levado, por estes dias, a avanços e recuos nas estratégias eleitorais adotadas pelos dois candidatos à liderança socialista. Oito anos de governação que foram também oito anos de um “otimista irritante” que várias vezes foi bafejado por azares conjunturais: os grandes incêndios de 2017, a pandemia, as guerras e a consequente crise inflacionista.
Não que o Governo tenha ficado preso naquele ano de 2015/2016. Afinal, sucederam-se mais dois Governos e outros sete anos em que foi acusado muitas vezes, à esquerda e à direita, de ter lidado com o dia a dia sem reformas para apresentar. A isso, o PS acena com dois excedentes: o primeiro de 0,1%, em 2018, e o segundo, neste ano de 2023, com previsão de 0,8%. Não ficou preso à boa memória, mas é àquele ano de 2016 que Costa amarra as bases de toda a sua governação e ao qual regressou este sábado na Comissão Nacional do Partido Socialista. O primeiro OE da ‘geringonça’ foi o OE da quadratura do círculo, saindo do Procedimento por Défices Excessivos com um Governo apoiado por PCP e BE, que abriu portas à “liberdade para poder escolher”, disse, e que agora permite a quem lhe suceder tomar a opção: “Ou guardamos o excedente ou gastamos já para satisfazer as reivindicações de professores e médicos.”
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