Crise política

Conselho das Finanças Públicas: risco da dívida soberana portuguesa sem sinais de perturbação com crise política

Nazaré da Costa Cabral, presidente do CFP
Nazaré da Costa Cabral, presidente do CFP

“Não notamos, por ora, um sinal de perturbação, pelo menos no que diz respeito aos títulos de dívida de longo prazo”, disse Nazaré Costa Cabral numa audição no Parlamento

A presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP), Nazaré Costa Cabral, apelou à “serenidade” e a que não se exagerasse o risco da atual crise política poder significar uma degradação financeira e económica do País.

Numa audição no Parlamento no âmbito da avaliação na especialidade do Orçamento do Estado para 2024 (OE) - um documento cujo futuro ainda é incerto dada a possibilidade de eleições a breve prazo - Nazaré Costa Cabral considerou que “é preciso termos serenidade”, já que os “momento de perturbação política fazem parte”, mas "o país continua a fazer a sua vida".

“É preciso aguardar que todos assumam as suas responsabilidades neste momento, (…) mas não me parece que seja prudente estar a empolar demasiadamente esse risco”, vincou, em resposta a questões da deputada Rosina Pereira, do PSD.

Até porque os prémios de risco das obrigações soberanas portuguesas a 10 anos, a referência nos mercados internacionais, estão em linha com os de (…) países core” da União Europeia “e consideravelmente abaixo de outros países ditos como periféricos como Itália e Espanha”.

“Não notamos por ora um sinal de perturbação, pelo menos no que diz respeito aos títulos de dívida de longo prazo”, acrescentou.

Costa Cabral alertou ainda em relação ao possível impacto do recrudescer do conflito no Médio Oriente nos preços do petróleo, por poderem significar um novo surto inflacionista.

“Neste momento temos de acompanhar a situação internacional e acompanhar como evoluem os preços da energia", disse, ressalvando que uma subida dos preços da energia “teria efeitos muito gravosos nos preços de todos os bens de produção”.

“Teríamos novamente uma situação de pressão sobre os preços e que significaria que a inflação não estaria de todo controlada”, clarificou.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: pcgarcia@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate