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Rui Moreira exige explicações à IP por abater árvores junto à VCI sem informar a Câmara do Porto

Rui Moreira exige explicações à IP por abater árvores junto à VCI sem informar a Câmara do Porto

Câmara do Porto refere não ter sido informada pela Infraestruturas de Portugal sobre o abate de cerca de 60 árvores. Rui Moreira critica “comportamento” da IP e avisa que “não se pode tratar uma cidade como se trata o quilómetro 200 de uma autoestrada no meio de uma montanha”. A intervenção foi suspensa pela Polícia Municipal

Depois de a presidente da Junta de Freguesia de Ramalde ter denunciado que a Infraestruturas de Portugal estava a realizar uma ação de abate de árvores junto à VCI, Rui Moreira veio esta terça-feira afirmar que a Câmara do Porto não foi informada. A Polícia Municipal ordenou a suspensão imediata da intervenção e o autarca exige explicações à IP.

“A IP tem de perceber, por uma vez, que a VCI, sendo da sua competência e sendo um território seu, é, apesar de tudo, uma via urbana que atravessa a cidade. Tirar árvores causa impacto na população, na paisagem e tem impacto também na questão do ruído, para a qual temos vindo a alertar há muito tempo”, realçou Rui Moreira, apanhado desprevenido com a realização do abate.

“Sem que a Câmara Municipal do Porto tivesse sido informada, a IP resolveu deitar abaixo um conjunto extenso de árvores. São cerca de 60 árvores”, especificou o edil do Porto. “Isso causou, naturalmente, constrangimentos e consternação na população, porque essas árvores são choupos de grande porte”, acrescentou o autarca.

A Câmara do Porto já contactou a IP para perceber o que se passa. “Aquilo que nos dizem é que é por razões de segurança. Só que não há nenhuma evidência nessa matéria”, observou Rui Moreira, para quem “isto demonstra um comportamento da IP que trata a VCI como se não fosse num meio urbano”. Para o presidente da CMP, “não se pode tratar uma cidade como se trata o quilómetro 200 de uma autoestrada no meio de uma montanha”. “Aqui vivem pessoas”, sublinhou o independente aos jornalistas.

O comandante da Polícia Municipal explicou à comunicação social que “um dos abates das árvores estava a ser feito sobre uma das faixas de rodagem da VCI, sem cumprir os standards mínimos de segurança”, o que justificou a “suspensão imediata da intervenção”.

O vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, Filipe Araújo, com o pelouro do Ambiente, detalhou que a ação de abate visa árvores com “cerca de 60 anos” e reiterou que, antes de qualquer intervenção, a autarquia tem de “perceber o que está planeado para aquela zona” por parte da Infraestruturas de Portugal.

Esta ação de abate teve início uma semana após a Câmara do Porto ter anunciado a plantação de 2544 novas árvores até ao final de maio. Azevinhos, carvalhos, medronheiros, nogueiras-negras, teixos e salgueiros são algumas das espécies que vão ser plantadas em parques e arruamentos da cidade.

De acordo com a Câmara do Porto, o município tem um arvoredo urbano com cerca de 66 mil árvores.

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