O presidente da Câmara do Porto lamentou esta segunda-feira, durante a reunião pública do executivo municipal, a postura de Valongo durante as negociações entre os municípios da Área Metropolitana do Porto (AMP) que permitiram, finalmente, chegar a um modelo para financiar as obras de requalificação do Coliseu do Porto. “Percebemos que há, nesta matéria, um município que pretende complicar os assuntos, que é Valongo”, acusou Rui Moreira.
“Coloca-se numa posição excêntrica relativamente à AMP. Não é apenas nesta matéria, mas também na questão da Associação de Futebol do Porto. Eles estão contra tudo”, criticou o autarca. “É absolutamente lamentável”, classificou.
Ainda assim, o presidente da CMP aproveitou para saudar Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da AMP, “por tudo o que fez”, e também Filipe Araújo, vereador e vice-presidente da Câmara do Porto, que “conduziu as negociações” numa altura em que a “paciência” de Rui Moreira “já se tinha esgotado”.
“Aquilo que se encontrou foi uma partilha [dos custos] diferente daquela que era antecipada”, notou Rui Moreira. “O município do Porto pôs mais dinheiro para tentar manter o modelo e agora, sim, está mesmo tudo fechado”, afirmou o edil.
Os municípios da Área Metropolitana do Porto (AMP) aprovaram na passada sexta-feira, por unanimidade, comparticipar em 2,5 milhões de euros as obras de requalificação do Coliseu do Porto, cabendo à Câmara Municipal do Porto pagar 350 mil euros.
Dos 17 municípios que compõem a AMP, sócia da Associação Amigos do Coliseu do Porto, a autarquia do Porto, liderada pelo independente Rui Moreira, é quem assume a maior fatia (350 mil euros), seguindo-se Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Maia, Trofa, Santo Tirso, Gondomar, Vila do Conde e Póvoa de Varzim – classificados como municípios da primeira coroa metropolitana – com uma comparticipação cada de 175 mil euros, segundo a proposta aprovada hoje no Conselho Metropolitano do Porto e a que a Lusa teve acesso.
Aos municípios da segunda coroa metropolitana – Arouca, Paredes, São João da Madeira, Vale de Cambra, Espinho, Oliveira de Azeméis e Santa Maria da Feira – e onde Valongo se quis incluir, cabe uma comparticipação de 5.000 euros.
A aprovação deste apoio financeiro surge depois de, em dezembro de 2023, sete dos 17 municípios da AMP votarem contra a proposta de comparticipação para as obras de reabilitação do Coliseu do Porto, cujo apoio tinha sido aprovado por unanimidade das autarquias presentes na reunião de trabalho do Conselho Metropolitano do Porto realizada em 20 de outubro.
À época a decisão foi contestada pela Câmara Municipal de Valongo que, ausente da respetiva reunião de trabalho, defendeu que a mesma não era válida porque o encontro não tinha poder deliberativo, dado exigir a presença de todos os municípios da AMP.
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