Política

“Asquerosa” e “miséria humana”: Sousa Real anuncia queixa contra os deputados do Chega Rita Matias e Rodrigo Taxa devido a insultos

“Asquerosa” e “miséria humana”: Sousa Real anuncia queixa contra os deputados do Chega Rita Matias e Rodrigo Taxa devido a insultos
TIAGO MIRANDA

Inês de Sousa Real queixa-se de ter sido chamada "asquerosa" por duas vezes por Rita Matias, sem repreensão do presidente da Assembleia da República, e ainda de Rodrigo Alves Taxa a ter classificado como "miséria humana" e “nulidade intelectual”

A deputada única do PAN, Inês de Sousa Real, anunciou este sábado que vai apresentar uma queixa, na segunda-feira, na Assembleia da República, sobre a conduta dos deputados Rita Matias e Rodrigo Taxa, do Chega, que acusa de insultos.

Instada a comentar o caso dos beijos enviados pelo secretário da Mesa da Assembleia da República e deputado do Chega, Filipe Melo, alegadamente à deputada socialista Isabel Moreira, que o próprio nega, a deputada única do PAN disse que "é preciso aplicar o código de conduta que já existe".

"Aliás, na queixa que eu, enquanto deputada, vou apresentar esta segunda-feira contra Rita Matias e o deputado Rodrigo Alves Taxa [ambos do Chega], vou pedir a aplicação do artigo 13, ou seja, que seja aplicada uma pena, pelo Presidente da Assembleia da República [José Pedro Aguiar-Branco], simbolicamente de um cêntimo a esses deputados", disse hoje aos jornalistas em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto).

Inês de Sousa Real queixa-se de ter sido chamada "asquerosa" por duas vezes por Rita Matias, sem repreensão do presidente da Assembleia da República, e ainda de Rodrigo Alves Taxa a ter classificado como "miséria humana" e "nulidade intelectual".

"Isto tem que ter um ponto final e precisamos que Aguiar-Branco não só, e de uma vez por todas, tenha a coragem de dizer não ao Chega e que chega daquilo que são os abusos reiterados do Chega, mas também que o código e o estatuto dos deputados seja aplicado", vincou.

A deputada considera necessário "alterar e densificar aquilo que são as medidas, para que possa haver não apenas meras repreensões", mas também "suspensão de funções, como existe noutros parlamentos, ou até mesmo retirar a palavra".

"Não podemos continuar a ter não apenas o comportamento que vimos na Mesa, que é inaceitável. Quem está na Mesa da Assembleia da República tem de perceber que não representa apenas o seu partido, representa todo o parlamento, a instituição da Assembleia da República e todos os portugueses", assinalou.

Para Inês de Sousa Real, se os deputados "não se conseguem controlar, então não deveriam estar na mesa", pois "os apartes que têm existido na Assembleia da República têm ultrapassado tudo aquilo que é aceitável".

O líder do Chega, André Ventura, disse que o deputado Filipe Melo, alvo de uma queixa por parte da deputada socialista Isabel Moreira, estava afinal a dirigir-se a Rui Tavares, do Livre.

"Não, não vi as imagens. O que vi foi ontem nas notícias que houve. O deputado disse-me a mim e garantiu-me que a interação que teve foi com o deputado Rui Tavares e não com a deputada Isabel Moreira", disse Ventura.

O líder do Chega disse que Filipe Melo lhe garantiu "não ter tido qualquer atividade provocatória, nem ter, da mesa da Assembleia, mandado beijos à deputada socialista Isabel Moreira.

O presidente da Assembleia da República requereu à comissão de transparência um inquérito por eventuais "irregularidades graves" praticadas com "violação dos deveres dos deputados" por parte de Filipe Melo, enquanto vice-secretário da mesa do parlamento.

José Pedro Aguiar-Branco começa por referir que na quinta-feira foi apresentada pela deputada socialista Isabel Moreira uma queixa contra Filipe Melo, que se encontrava a exercer funções de vice-secretário da mesa, "por comportamentos alegadamente inapropriados e ofensivos".

Durante a sessão plenária, Filipe Melo "ter-lhe-á dirigido gestos considerados desrespeitosos, designadamente, mandado beijos, e feito sinais para se calar, numa alegada tentativa de silenciamento".

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