Política

Morreu Teresa Caeiro, ex-deputada do CDS e vice-presidente do Parlamento

Teresa Caeiro, na Assembleia da República, em junho de 2014
Teresa Caeiro, na Assembleia da República, em junho de 2014
António Cotrim

Com uma vida marcada pela política e pelo centro-direita português, era conhecida por "Tegui" e tinha anunciado no mês passado a desvinculação do CDS

Mariana Adam

Editora executiva

A ex-deputada e antiga vice-presidente do Parlamento Teresa Caeiro morreu esta quinta-feira, 14 de agosto, aos 56 anos. A morte de Teresa Caeiro foi confirmada ao Expresso por antigos colegas do CDS.

Figura de destaque do CDS-PP durante quase duas décadas, "Tegui", como era conhecida entre amigos, mas também no círculo político, construiu uma carreira política que atravessou governos, oposições e momentos decisivos para o centro-direita português. Há apenas três semanas desfiliou-se do CDS-PP, manifestando desacordo com o rumo seguido pela liderança do partido.

"Teresa Caeiro deixa uma enorme saudade do seu contributo ao serviço do país e do trato sempre afável", escreveu o Presidente da República numa nota de condolências em que "lamenta profundamente o desaparecimento precoce" da ex-parlamentar, que também foi governadora civil de Lisboa.

Licenciada em Direito pela Universidade de Lisboa, começou a trabalhar como tradutora no Tribunal de Justiça da União Europeia, mas foi na política que consolidou o seu percurso. Através do escritório de advogados em que trabalhou, tratou de vários casos envolvendo o jornal "O Independente" e, no final dos anos 1990, Paulo Portas, já líder do CDS, chamou Teresa Caeiro para assessora jurídica do grupo parlamentar do CDS-PP, na Assembleia da República. Seguiu-se a função de chefe de gabinete do mesmo grupo parlamentar.

Eleita deputada pela primeira vez em 2002, integrou, em 2003, o Governo liderado por Durão Barroso como secretária de Estado da Segurança Social, e, mais tarde, o de Pedro Santana Lopes. Foi na posse desse segundo governo em que participou que protagonizou um episódio invulgar: anunciada para tomar posse como secretária de Estado da Defesa, viu a pasta mudar horas antes da cerimónia e acabou nomeada para as Artes e do Espetáculo, cargo que exerceu até 2005.

Entre 2011 e 2019 foi vice-presidente da Assembleia da República. Depois de sair do Parlamento, exerceu como jurista na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, onde continuava a trabalhar.

Ao longo do seu percurso, acumulou também experiência como comentadora política na SIC Notícias e atualmente fazia comentário na Antena 1.

A notícia da morte de Teresa Caeiro levou já vários antigos colegas de partido a manifestarem-se nas redes sociais. Um deles foi Adolfo Mesquita Nunes, que escreveu no Facebook: “A Tegui foi das pessoas mais importantes na minha vida política. Nos momentos mais difíceis, esteve sempre lá. Vai fazer-nos falta.”


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