Política

Governo lamenta confrontos no Rossio mas não aponta o dedo à extrema-direita

Manifestação do 25 de abril de 2025Detençao de Mário Machado
Manifestação do 25 de abril de 2025Detençao de Mário Machado
ANTONIO PEDRO FERREIRA

Executivo lamenta atuação de uma “minoria” de pessoas e salienta que PSP atua sempre “independentemente das ideologias”

O Governo lamentou esta sexta-feira que “uma minoria” [de pessoas] tenha “ultrapassado os limites legais do exercício ordeiro da liberdade de manifestação e expressão”, referindo-se aos confrontos registados esta tarde no Rossio, em Lisboa, embora sem nunca responsabilizar ou referir a extrema-direita.

Em comunicado, o Executivo agradeceu a intervenção da PSP para “repor a ordem pública”, salientando que as autoridades atuam sempre "independentemente das ideologias" de quem provoca os desacatos.

“O Governo tem estado a acompanhar, em conjunto com as autoridades policiais e de segurança, a situação das diferentes manifestações e o desenrolar dos eventos nas ruas, saudando os muitos milhares de portugueses que hoje se manifestaram de forma pacífica e ordeira em diversos pontos do território nacional. Infelizmente, regista-se que uma minoria terá ultrapassado os limites legais do exercício ordeiro da liberdade de manifestação e expressão, o que levou à intervenção da Polícia para repor a ordem pública e legalidade, como é seu dever, e como tem feito em outras ocasiões, independentemente das motivações, ideologias, ou organizações subjacentes aos comportamentos desordeiros”, refere o Governo, exprimindo “o seu agradecimento e apoio às forças de segurança e a sua solidariedade aos dois agentes da PSP que foram agredidos”.

Embora sem explicitar, o comunicado do Executivo refere-se aos episódios de violência provocados esta tarde em Lisboa por apoiantes de extrema-direita, que organizaram uma concentração ilegal no Rossio, depois de a ação, de caráter xenófobo, que tinham marcado para o Martim Moniz não ter sido autorizada.

Durante a concentração, apoiantes do partido Ergue-te e dos movimentos Habeas Corpus e Grupo 1143 arremessaram garrafas e outros objetos contra a polícia, provocando ferimentos em dois agentes, e envolveram-se em confrontos com alguns manifestantes antifascistas que participavam no desfile do 25 de Abril.

A polícia fez três detenções, entre as quais a do neonazi Mário Machado, do Grupo 1143, e do ex-juiz Rui Fonseca e Castro, líder do partido Ergue-te, tendo sido ainda identificadas mais quatro pessoas.

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