O ex-chefe do Estado Maior da Armada Gouveia e Melo remeteu este sábado para depois das eleições legislativas a decisão sobre uma eventual candidatura às Presidenciais, para não contribuir com aquilo que considerou ser um ruído desnecessário.
"Não quero contribuir nesta fase para um ruído que acho que é desnecessário na altura em que estamos concentrados nas eleições legislativas", disse Gouveia e Melo.
O almirante falava aos jornalistas à margem da primeira iniciativa da recém constituída associação Honrar Portugal, que decorreu hoje em Arouca, no distrito de Aveiro.
O almirante teve ainda oportunidade de revelar uma preocupação com a possibilidade de a abstenção vir a aumentar: “pode acontecer. De facto eleições muito repetidas acabam por também saturar a própria população”.
Gouveia e Melo admitiu haver algum descontentamento no processo democrático, tendo em conta o "alheamento que a população vai tendo de forma gradual das próprias eleições", adiantando que é preciso evitar isso para que a democracia não seja pouco representativa.
"A abstenção significa que há um conjunto elevado de portugueses que não acha útil ir demonstrar a sua opinião no processo democrático e isso de alguma forma mostra alheamento e desinteresse desse processo democrático. Esse desinteresse é muito preocupante para todos nós", afirmou.
Citando o ditado popular que diz que não adianta chorar sobre o leite derramado, o almirante disse que agora é preciso olhar para as eleições legislativas que se avizinham.
"O nosso futuro imediato são eleições legislativas para ter uma Assembleia da República e um Governo que tenha capacidade e credibilidade para governar que é isso que todos os portugueses desejam neste momento", referiu.
Gouveia e Melo disse ainda esperar que a luta "muito mesquinha político partidária" a que temos assistido seja substituída por "uma luta por verdadeiras ideias de como é que vamos desenvolver Portugal".
"Temos um problema de desenvolvimento económico e de segurança internacional que nos pode afetar e esses são os problemas que verdadeiramente temos de discutir a partir de agora", vincou.
Gouveia e Melo aproveitou as comemorações do Dia Mundial da Água para conviver com as pessoas deste movimento cívico que vai promover a concretização da sua candidatura à Presidência da República e dar um sinal da importância do interior do país e das atividades que aqui se desenvolvem.
Questionado sobre esta associação e as pessoas que a integram, Gouveia e Melo disse estar muito agradecido aos portugueses que o apoiam, adiantando que não faz qualquer tipo de discriminação sobre quem o apoia.
"Eu não controlo as pessoas que me podem apoiar ou não. As pessoas apoiam-me de forma independente. Eu aceito todos os apoios. Não faço discriminação. Não quero é que organizações me apoiem. Quero que sejam as pessoas a apoiar-me e quando isso acontece fico contente", referiu.
Sobre uma eventual candidatura a Belém, o almirante limitou-se a dizer que não quer tirar o foco das legislativas, remetendo uma decisão para depois das eleições.
"Depois das eleições assumirei a posição que acho que acho que devo assumir na altura e serei mais claro do que sou agora, porque o meu papel neste momento é esperar pelas eleições legislativas", afirmou, defendendo que o que é importante nesta fase para os portugueses é "retornarmos a um Governo que tenha capacidade de governar com credibilidade e que resolva os problemas urgentes do dia-a-dia".
Gouveia e Melo preparava-se para participar numa atividade d
e rafting no rio Paiva, em Arouca, mas devido à falta de condições de segurança, esta atividade foi substituída por uma caminhada até à ponte suspensa e aos passadiços do Paiva.
Entre os participantes estava o empresário Mário Ferreira que assumiu apoiar uma eventual candidatura de Gouveia e Melo a Presidente da República por entender que se trata da pessoa certa para o cargo. "É um homem idóneo, determinado e com o perfil certo para o cargo", afirmou o dono da Douro Azul e da TVI.
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