O social-democrata foi secretário-geral do PSD quando Marques Mendes foi o presidente do partido. Depois, foi também líder parlamentar durante o fim do governo de José Sócrates e o período de negociações da troika. “O país perdeu um dos seus melhores, eu perdi um grande amigo”, disse Hugo Soares no Parlamento
Miguel Macedo, ex-ministro da Administração Interna do Governo de Passos Coelho, e atual comentador na CNN, morreu esta quinta-feira.
O social-democrata foi secretário-geral do PSD quando Marques Mendes foi o presidente do partido. Depois, foi também líder parlamentar durante o fim do governo de José Sócrates e o período de negociações da troika, entre abril de 2010 e junho de 2011. Foi nessa altura que integrou a equipa governativa e deixou Luís Montenegro ao leme do grupo parlamentar do PSD.
A morte de Miguel Macedo foi recordada antes do início da reunião do Conselho de Estado, por Luís Montenegro e Luís Marques Mendes, com o segundo a mostrar-se assumidamente triste pela morte de um dos seus “maiores amigos”.
Marques Mendes contou que falou há dois dias com o ex-ministro, que foi secretário-geral do PSD quando o candidato presidencial era líder do partido, e encontrou-o “lindamente”. Falo num “momento muito difícil, muito amargo”, numa “perda irreparável”, e na morte de “uma pessoa fantástica” e de “um homem bom, de caráter”. “Era, sobretudo, um dos meus maiores amigos, desde os meus 20 anos. Fizemos uma vida pessoal e política muito juntos”, disse Luís Marques Mendes, deixando também uma nota de solidariedade para à “família lindíssima”.
Já o primeiro-ministro também endereçou “uma palavra de profunda consternação e solidariedade à sua família”, e fez questão de evocar “um homem bom, que dedicou muita da sua vida à causa pública, um amigo e um homem de pensamento e de ação, que serviu o país em várias circunstâncias”. Montenegro notou ainda que Miguel Macedo é “alguém a quem o povo português e o PSD muito deve”.
“É um momento de grande tristeza, de profundíssima consternação, mas em que em quero evocar as qualidades humanas e políticas”, sublinhou Luís Montenegro.
Numa nota, a Presidência da República escreveu que “foi com muita consternação que o Presidente da República tomou conhecimento do falecimento repentino de Miguel Macedo, responsável e dirigente partidário durante décadas e, mais recentemente, analista político na Comunicação Social”.
Marcelo Rebelo de Sousa dá os pêsames à família e refere uma “antiga amizade” com o ex-ministro. “Com profundas raízes minhotas, Miguel Macedo revelou uma preocupação permanente com a realidade nacional e internacional e granjeou o respeito e a consideração nos mais variados setores da vida portuguesa. Quer nos momentos mais felizes de uma longa atividade, quer naqueles em que enfrentou situações adversas, sempre com resistência e afabilidade raras”, escreveu.
Foi com enorme comoção que Hugo Soares (PSD) e João Almeida (CDS) manifestaram esta tarde no Parlamento o profundo pesar pela morte do ex-ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, recordando o seu exemplo e legado na política.
“Hoje o país perdeu um verdadeiro príncipe da política, alguém com integridade à prova de bala, lealdade no combate político, competência ímpar em que tudo”, afirmou o líder parlamentar do PSD, expressando a sua “gratidão” pelo exemplo do social-democrata.
“O país perdeu um dos seus melhores, eu perdi um grande amigo”, acrescentou, visivelmente emocionado.
Também o líder da bancada centrista, João Almeida, apontou para as funções que o ex-ministro do Governo de Passos Coelho desempenhou “exemplarmente”, dando um “abraço” ao PSD, à família e amigos de Miguel Macedo.
“Devemos lembrar essa capacidade [de Miguel Macedo] de quando assumia funções públicas, não as assumia só por si, assumia por todos aqueles que se reviam sob a sua orientação. Isso é extraordinário num servidor público e o Miguel deixa-nos essa memória. Deixa-nos cedo, mas deixa-nos muito”, vincou.
Pelo Partido Socialista, Alexandra Leitão também mencionou a morte do ex-governante no Parlamento, com o qual partilhou também um espaço de comentário televisivo. “Foi com profunda consternação que recebi a notícia da morte de Miguel Macedo, com quem partilhei o painel do programa Princípio da Incerteza, na CNN Portugal, ao longo do último ano. À família e aos amigos, o meu mais sentido pesar”, disse a líder do grupo parlamentar do PS, numa publicação na rede social Bluesky, deixando as condolências à família em nome dos socialistas.
[Notícia atualizada às 16h39]
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