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Sabe quanto anda a pagar aos seus músicos?

Spotify é líder do streaming de áudio do mundo, onde milhares de novas canções entram na plataforma por dia. Mas uma arena maior para músicos não significa mais dinheiro para quem cria

Chegou a altura mais desejada pelos melómanos e mais detestada por quem não ouve uma música nova desde que o programa “Top Mais” acabou (em 2012). Aquela em que milhares de internautas partilham o seu Wrapped do Ano, leitura algorítmica do Spotify que nos diz quais as nossas bandas e músicas favoritas, quantos minutos passamos a ouvi-las e qual, por exemplo, o género predileto que nos acompanhou nas horas mais difíceis. Tudo normal até que começaram a surgir publicações que apontam o dedo ao streamer musical, por pagar muito pouco (cerca de 0,0028 cêntimos) aos seus músicos por ­stream — número de vezes que uma música é reproduzida por, pelo menos, 60 segundos. Ou seja, se um artista conseguir que apenas uma pessoa oiça um single seu durante, pelo menos, 100 vezes, receberá a fantástica quantia de 0,28 cêntimos (sem contar com taxas envolvidas, por exemplo). Claro que se alcançar 500 mil streams, vai receber muito melhor: 1400 euros. Artistas independentes receberão 90% desse dinheiro, quem tem acordos com editoras receberá 5% a 50%. Para pio­rar ainda mais o cenário, é necessário dizer que para se estar nesta plataforma, hoje em dia, é preciso pagar a partir dos 7,99 euros em países como Portugal. São quase 100 euros por ano. É verdade que é possível dividir conta com a família ou ter “desconto” de estudante. Mas o que alguns artistas dizem, e com razão, é que quase nenhuma parte dessa subscrição vai parar ao seu bolso.

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