“Não havia plano nenhum” para tomar o poder central por parte do Partido Comunista Português no dia 25 de novembro de 1975. O “objetivo global” da ação dos paraquedistas para tomar as bases aéreas, a RTP e a Emissora Nacional era a “alteração da correlação de forças do Movimento das Forças Armadas” (MFA), onde comunistas e extrema-esquerda estavam em perda acentuada pelo menos desde o início de setembro daquele ano. A ordem para avançar foi dada pelo “P.” — o partido, escrito assim com maiúscula —, e foi também o “P.” que mandou os militares da esquerda revolucionária recuarem “sem deixar rasto”, para “evitar uma guerra civil”, pode ler-se num documento mantido secreto durante décadas e que o Expresso consultou pela primeira vez esta semana, elaborado por Luís Pessoa, um capitão miliciano, engenheiro e militante comunista, assumindo ter sido ele a transmitir as ordens para os ‘páras’ avançarem com a demonstração de força.
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