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Política

“Há meio milhão de pessoas em risco de exclusão”

“Há meio milhão de pessoas em risco de exclusão”
Nuno Fox

A perspetiva de Brito Guterres, investigador na área dos Estudos Urbanos, que enquadra os tumultos

“Há meio milhão de pessoas em risco de exclusão”

Joana Ascensão

Jornalista

António Brito Guterres, assistente social de formação e investigador na área dos Estudos Urbanos, conhece como poucos os bairros de que se tem falado esta semana — Cova da Moura, Zambujal e Portela. Lisboeta de gema, nascido em Arroios, tem dedicado a vida e a investigação ao estudo das comunidades mais pobres e excluídas da capital e não se surpreende com a reação explosiva por parte da população, depois do homicídio de Odair Moniz. Diz que esta não só tem raízes circunstanciais, mas sobretudo estruturais. “O tipo de atuação policial que existe [nestes bairros] é sempre muito militarizada”, descreve. A Cova da Moura, por exemplo, é considerada uma Zona Urbana Sensível (ZUS), uma classificação construída pelas forças policiais “com base em critérios sociais, étnicos e culturais” e que, segundo o investigador, permite outro tipo de ação policial, mais musculada, normalmente feita por unidades especiais da polícia, “em que toda a gente é suspeita e a toda a gente pode ser apontada uma arma quando é considerada suspeita”. O mesmo não acontece noutras zonas de Lisboa. Ali, resume, o clima é sempre de “grande tensão”.

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