O ministro dos Negócios Estrangeiros deu “parecer desfavorável a qualquer exportação de armas para Israel", garantiu Paulo Rangel aos deputados, no Parlamento, em meados de junho. Esta quinta-feira, em entrevista ao “Público” e à Renascença, Rangel voltou a insistir que “proibiu” a venda de armas aos israelitas, mas admitiu que um navio mercante com bandeira portuguesa está a transportar material para fabricar explosivos “que pode ser usado” para fins militares.
O cargueiro tem como “destino final” três empresas que “fabricam armamento”, uma delas israelita, admitiu o responsável pela política externa. Questionado sobre se esse navio pode perder o pavilhão português, o ministro respondeu que “não há nenhuma razão jurídica efetiva à data para retirar o pavilhão”, mas “pode haver razões de índole política”.
O navio MV Kathrin, de um armador alemão registado na Madeira, tem como destino final o Montenegro e a Eslovénia e o material será usado em fábricas de armamento na Polónia, Eslováquia e Israel. Como o Governo deu parecer negativo à venda de armas a Israel no contexto da guerra com o Hamas, a eventual retirada da bandeira portuguesa ao cargueiro “é uma avaliação muito política, que pode ser feita”, explica ao Expresso Duarte Lynce de Faria, professor na Nova Law School, e especialista em Direito Marítimo.
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