Política

Governo aprova €65 milhões para centro de atendimento clínico no Porto e admite que situação do SNS é “muito delicada”

Ministro da presidência, António Leitão Amaro, chega ao Campus XXI, para o Conselho de Ministros.
Ministro da presidência, António Leitão Amaro, chega ao Campus XXI, para o Conselho de Ministros.
Ana Baiao

Ministro da Presidência rejeita que o Executivo tenha estado ausente e voltou a apontar responsabilidades ao anterior Governo do PS pelos problemas no sector da Saúde

Governo aprova €65 milhões para centro de atendimento clínico no Porto e admite que situação do SNS é “muito delicada”

Liliana Coelho

Jornalista

Com o SNS sob pressão, e várias urgências encerradas este verão, o Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, um financiamento de €65 milhões para um Centro de Atendimento Clínico (CAC) no Porto, destinado aos doentes menos urgentes. Será um centro que funcionará no final do mês no Hospital da Prelada, num acordo de cooperação com a Misericórdia do Porto, que visa responder aos casos menos graves na região Norte. Ou seja, os doentes com pulseiras verdes e azuis, que assim serão desviados de outros hospitais, à semelhança do que já acontece com o CAC de Sete Rios, em Lisboa, inaugurado há uma semana.

O objetivo é “dar mais espaço de respiração às urgências hospitalares. Aproveitamos a capacidade instalada, em complementaridade”, explicou o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, no briefing do Conselho de Ministros, sublinhando que o investimento de €65 milhões abrange o resto deste ano e o próximo.

Questionado sobre o caos nas urgências e o silêncio do Governo na sequência do caso de uma grávida no Hospital das Caldas da Rainha, Leitão Amaro rejeitou que o Executivo tenha estado ausente e voltou a apontar responsabilidade ao anterior Governo do PS pelos problemas no SNS. “A ministra da Saúde esteve há menos de uma semana em Lisboa, em Sete Rios, na abertura de um novo centro clínico. Isso é presença e proximidade. Hoje o primeiro-ministro terá oportunidade de falar mais sobre isso numa visita que fará na maternidade do Hospital de Santa Maria”, adiantou.

Afirmando que a situação encontrada no sector da Saúde é “muito díficil” e “delicada” em termos de organização, escassez de recursos e capacidade de resposta, Leitão Amaro admitiu as melhoria só se farão sentir gradualmente. “Na Saúde não conseguimos resolver em quatro meses os enormes problemas deixados em 3050 dias do anterior Governo. Apresentámos que um plano de emergência e reestruturação para começar a resolver os problemas, mas infelizmente, a resolução dos problemas não se faz num dia”, insistiu.

O Plano de Emergência para a Saúde do Governo, sublinhou, inclui medidas que serão “implementadas ao longo do tempo, meses, anos e gradualmente irão produzindo efeitos”, garantindo que o Executivo foi claro quanto a isso na apresentação do programa. Tal como o Expresso noticiou, das 54 medidas do plano apenas uma foi concluída, a criação do canal SNS Grávida da Linha SNS24.

O ministro da Presidência anunciou ainda que foi aprovado, em Conselho de Ministros, um diploma para a extinção das Administrações Regionais de Saúde (ARS). Diploma que vai concretizar “algo que estava prometido há muito e não feito. Estava num limbo, com incapacidade de resposta”, concluiu.

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