No acanhado centro de comando, cérebro secreto do submarino “Arpão” que não se pode fotografar, as luzes estão baixas e predomina o silêncio, para se ouvirem as ordens do comandante, o capitão de fragata Filipe Taveira Pinto, que dirige o navio a partir da torre. Ao periscópio, um militar vigia as manobras de navegação no Tejo e toda a gente presta atenção. “Pára motor!”, ordena o comandante no rádio, para se concluírem as manobras de atracagem na Base Naval do Alfeite. Ao fim de 26 dias consecutivos a navegar fechado num tubo de ferro guiado por alta tecnologia, o primeiro-tenente Vieira Duque preenche o Diário de Navegação com uma velha caneta de tinta permanente. Ali ficará para sempre registado que este navio da Marinha Portuguesa foi o primeiro submarino convencional a navegar debaixo do gelo da calota polar do Ártico, uma operação reservada a submarinos nucleares norte-americanos, britânicos e russos.
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