Política

Embaixada da Turquia garante que “preconceitos” não afetam relação entre os dois países

Embaixada da Turquia garante que “preconceitos” não afetam relação entre os dois países
Geraint Rowland Photography

Ventura disse que “os turcos não são conhecidos por ser o povo mais trabalhador do mundo”. Em comunicado, a Embaixada da República da Turquia realça que o país é conhecido “pelo seu trabalho bem-sucedido em vários setores, especialmente na área da construção”

Cátia Barros

Jornalista

A Embaixada da República da Turquia refere, num comunicado enviado ao Expresso, que a relação entre Portugal e a Turquia “sempre se baseou no respeito mútuo”, garantido que os dois países “mantêm excelentes relações” que não serão afetadas por “preconceitos”. A reação surge após André Ventura ter dito, esta sexta-feira na Assembleia da República, que “os turcos não são conhecidos por ser o povo mais trabalhador do mundo”.

Apesar dos comentários do líder do Chega, a Embaixada realça que, “tal como foi reconhecido hoje [sexta-feira] na Assembleia da República”, a Turquia é conhecida “pelo seu trabalho bem-sucedido em vários setores, especialmente na área da construção”.

O comunicado refere, no entanto, que “a Embaixada da República da Türkiye em Lisboa abstém-se de comentar sobre os procedimentos internos da Assembleia da República Portuguesa”.

Em relação às declarações feitas pelo líder do Chega, o presidente da Assembleia da República disse que não fazia parte das funções limitar a liberdade de expressão dos deputados. A posição da segunda figura do Estado foi contestada por PS, BE e Livre. Já o Chega aplaudiu de pé a opinião de Aguiar-Branco.

O líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, pediu a palavra para dizer que "atribuir características e estereótipos a um povo não deve ter espaço no debate democrático da Assembleia da República", pedindo ainda desculpas ao embaixador da Turquia.



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O Partido Socialista questionou, através da líder parlamentar Alexandra Leitão, a posição do presidente da Assembleia da República: “se uma determinada bancada disser que uma determinada raça ou etnia é mais burra ou preguiçosa ou menos digna também pode?”.

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Isabel Mendes Lopes, líder parlamentar do Livre, sublinhou que "o racismo é crime" e que o que é dito no parlamento "tem consequência direta na vida das pessoas".

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