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“Não é não”, cerca sanitária ao Chega ou convergência? PS e PSD estão numa encruzilhada e não há uma teoria única sobre como sair dela

“Não é não”, cerca sanitária ao Chega ou convergência? PS e PSD estão numa encruzilhada e não há uma teoria única sobre como sair dela
José Sena Goulão/Lusa

Em todos os outros casos na Europa, os socialistas teriam razão, admite Catherine Fieschi, analista que se especializou na extrema-direita francesa: ceder aos sociais-democratas poderia ser a ruína da esquerda. “Portugal é exceção”, e não a regra, contrapõe. Mas há investigadores que consideram que a convergência foi o que inflou partidos como o Chega, que atacam o sistema para depois o corroerem por dentro. Fazendo concessões ou não, Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro correm riscos

Em Portugal, Luís Montenegro enfrentará um dilema semelhante ao de muitos partidos de centro-direita por toda a Europa. “Não é um ótimo cenário, mas não é um cenário tão mau quanto em outros países”, afirma Catherine Fieschi, analista política anglo-francesa.

O presidente do PSD tem permanecido firme ao vincar que “não é não” no que diz respeito a entrar em acordos com o Chega de qualquer natureza. É uma estratégia vencedora, na opinião da diretora de política do think tank Open Society Foundations Europe. “Durante muito tempo, as pessoas pensaram que se se trouxesse esses partidos para o governo, eles normalizar-se-iam. Fala-se muito sobre o facto de Meloni não ser tão má quanto as pessoas pensavam que ela seria, mas a verdade é que Meloni está cercada pela União Europeia, precisa do dinheiro da UE e não pode ser ela mesma agora.

Depender de partidos como estes é “uma péssima ideia”, observa Catherine Fieschi: não os normaliza, no sentido de que não enfraquece as suas posições; e legitima-os aos olhos dos eleitores. Por isso, é preciso fazer tudo para que um acordo com o Chega não aconteça, inclusive tentar que o PS entre em concordâncias com o PSD.

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