Política

A energia de Montenegro e a nova estratégia de Pedro Nuno. A análise de Marques Mendes à primeira semana de debates

A energia de Montenegro e a nova estratégia de Pedro Nuno. A análise de Marques Mendes à primeira semana de debates

No final da primeira semana de debates, o comentador da SIC analisou as prestações de cada um dos líderes partidários

Apesar das críticas que têm sido feitas à curta duração dos debates, ao excesso de soudbites e às interrupções frequentes entre os líderes partidários, Luís Marques Mendes considera que os frente a frente televisivos têm sido “globalmente bons” e que o nível de audiências mostra o interesse dos eleitores, “o que é uma boa notícia para a democracia”.

No comentário semanal na SIC, Marques Mendes analisou a prestação de cada um dos líderes partidários, considerando que Luís Montenegro, cabeça de lista da Aliança Democrática (AD), “está revigorado” com a vitória alcançada nos Açores, mostrando “mais ânimo e motivação”, e que Pedro Nuno Santos, líder do PS, “mudou de estratégia” nos últimos dias.

“Com a ideia de conquistar o centro, Pedro Nuno Santos (PNS) andava muito contido. Parecia que vestia um fato que não era seu, mas esta semana mudou, a partir do debate com Rui Tavares”, disse. Para Marques Mendes, PNS dramatizou o discurso no frente a frente com o líder do Livre, dizendo haver um “risco sério de a AD ganhar as eleições”, com o objetivo de mobilizar o voto útil à esquerda.

“Há uma mudança de estratégia por parte de PNS: um discurso mais à esquerda e menos ao centro, mais dramatizado e de maior apelo ao voto útil”, considerou o comentador da SIC e antigo líder do PSD.

Sobre André Ventura, Marques Mendes considerou que “muda de convicções com facilidade” e que deixou para trás um discurso mais radical, por exemplo contra os ciganos ou na defesa da castração química, “porque agora fala para um público mais alargado”. O comentador criticou o programa do Chega, classificando como uma “completa irresponsabilidade” a proposta do partido de permitir aos elementos das forças de segurança a filiação partidária e o direito à greve.

Paulo Raimundo, do PCP, é o líder partidário que Marques Mendes entende ter uma prestação menos conseguida nos debates: “é uma pessoa afável, mas vê-se que não tem traquejo, nem experiência, nem se preparou muito bem”.

Já Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, “é uma grande debatente”, na opinião do comentador televisivo. “Faz debates competentes porque tem muita experiência. Mas se houver voto útil à esquerda, o partido pode ficar esvaziado”, afirmou.

“Acima das expectativas, incisivo e acutilante” é como Marques Mendes classificou a prestação do líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, nos frente a frente da última semana. Mas também neste caso o partido corre o risco de ficar esvaziado nas legislativas de 10 de março, por estar “ensanduichado entre a AD e o Chega”.

Marques Mendes elogiou igualmente a prestação global de Inês Sousa Real, do PAN, nos debates televisivos, considerando que “passa bem a sua mensagem”.

Finalmente, sobre o porta-voz do Livre, Rui Tavares, Marques Mendes também deixou uma avaliação positiva: “Faz bons debates e toda a gente gosta de o ver”, disse.

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