Bloquistas equilibram aproximação ao PS, que permita a viabilização do acordo, com críticas à “promiscuidade entre política e negócios” de figuras socialistas como Vítor Escária ou Diogo Lacerda Machado
O Bloco de Esquerda (BE) partiu para a campanha eleitoral com a denúncia dos “facilitadores” na mira, usando apresentações com as figuras de Vitor Escária e Diogo Lacerda Machado. Ou seja, pessoas alegadamente envolvidas em negócios públicos que defendiam interesses privados. De sessões do partido às redes sociais, Mariana Mortágua desdobrou-se em explicações sobre as “más decisões” na venda das barragens à EDP, a “privatização desastrosa” da PT ou as “operações ruinosas” no aeroporto. Em cada um destes casos, há duras críticas à atuação de nomes associados aos dois maiores partidos, muitos deles do lado do PS. Ao mesmo tempo, o partido foi o primeiro a admitir uma nova ‘gerigonça’ e a propor aos socialistas um acordo “sobre medidas concretas” que garanta uma maioria parlamentar de esquerda após 10 de março. Assim, os bloquistas são obrigados a equilibrar uma aproximação ao PS que garanta a viabilização do acordo com uma campanha que inclui o ataque a figuras socialistas. Uma das táticas parece ser manter a justiça fora das áreas a negociar com o PS.
O entendimento com os socialistas passa antes pelos salários, educação, habitação, saúde, clima e cuidados para a infância e velhice. A justiça fica fora do acordo, mas deverá materializar-se em medidas no programa eleitoral que será conhecido no dia 20 deste mês.
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