No primeiro discurso que fez enquanto secretário-geral do PS formalmente investido em congresso, Pedro Nuno Santos procurou mostrar que “visão” tem para o país. Partindo do geral para o particular e elegendo os salários, a segurança social, a habitação, saúde e educação como prioridades, o novo líder socialista anunciou que quer, desde já, um novo perfil para a economia”“: mais seletiva e especializada, com o Estado a fazer escolhas sobre que setores com maior capacidade multiplicadora quer apoiar - e onde deve apostar no horizonte de dez anos.
Essa, disse, será a sua “primeira e principal missão”. “Só com uma economia mais sofisticada, diversificada e complexa podemos produzir com maior valor acrescentado, pagar melhores salários e gerar as receitas para financiar um Estado Social avançado”, disse, sublinhando que esse será o motor que propõe para fazer a economia crescer. A ideia, disse, é selecionar bem os setores com maior capacidade multiplicadora e concentrar neles os apoios para a próxima década.
Atirando aos governos anteriores (incluindo os de António Costa) ao dizer que não é “inteiramente verdade” que isso se tenha feito nos últimos anos, criticou o apoio “indiscriminado” do Estado a empresas e setores, independentemente do seu “potencial de arrastamento da economia”, afirmando que a consequência disso é uma “incapacidade do Estado em transformar o que quer que seja”. Esse será o seu “novo impulso”, o seu “desígnio nacional”. “É tempo de ser claro e de fazer escolhas, porque governar é escolher”, disse, afirmando que não quer - ao contrário do que António Costa tem dito e repetido - o país a crescer “na média europeia”. Quer mais do que isso: “um país no topo”.
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