Foi uma negociação difícil que terminou hoje pelo almoço. PS e PSD acordaram um texto conjunto que condena o ataque do Hamas a Israel, mas que ao mesmo tempo também pede que não seja cortado acesso a bens essenciais aos palestinianos. Livre ainda não deu acordo final
Depois de uma longa maratona de negociações que acontece desde a semana passada, PS e PSD chegaram finalmente a um texto conjunto para condenar o ataque do Hamas a Israel, mas também a mostrar solidariedade para com os civis da Faixa de Gaza a ser votado por todos os deputados. O texto parte de dois votos que tinham sido aprovados na semana passada, mas apenas na Comissão de Negócios Estrangeiros, um do Livre e outro do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Israel (GPA). O consenso para fundir os dois textos e ser uma posição oficial do Parlamento português, demorou, mas chegou esta manhã entre os dois principais partido, falta o ok do Livre.
Francisco César, vice-presidente da bancada do PS e negociador dos socialistas nesta matéria, mostra-se satisfeito pelo consenso e “elogios o esforço dos partidos, nomeadamente do PSD”. “Esta é uma matéria que gera sempre grande divergência entre os partidos políticos em Portugal, exatamente por isso foi importante chegarmos a uma base de consenso”, diz. Para o socialista era importante condenar os “atos bárbaros e terroristas do Hamas” mostrando solidariedade para com as vítimas, mas por outro lado era importante salientar a necessidade de "procurar a paz entre os dois povos, o respeito pelos direitos humanos, do direito internacional.
Para o deputado do PSD, Alexandre Poço, que é também presidente do GPA, o texto alcançado “é inequívoco na condenação dos ataques terroristas, na solidariedade com Israel e no reconhecimento do direito à sua defesa ao abrigo do direito internacional”, portanto, um voto que segue o tinha sido aprovado na semana passada.
Já o Livre defende que o texto deve ir mais longe e tem de incluir também a "condenação dos excessos cometidos pelo governo de Israel, nomeadamente de ataques que ultrapassem o quadro do Direito Internacional Humanitário". Ainda estão por isso a decidir o sentido de voto.
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