Política

Marques Mendes: saída de Gomes Cravinho é "inevitável" (e Costa precisa de um "pacto na saúde" como o que "desperdiçou" na habitação)

Marques Mendes: saída de Gomes Cravinho é "inevitável" (e Costa precisa de um "pacto na saúde" como o que "desperdiçou" na habitação)

António Costa perdeu uma oportunidade para fazer um pacto com o PSD na habitação, diz o comentador da SIC, e agora terá nesta crise o seu maior problema. Mas vem aí outro no SNS. E deve remodelar o ministro dos Negócios Estrangeiros, pela complacência com a corrupção enquanto esteve na Defesa

Marques Mendes: saída de Gomes Cravinho é "inevitável" (e Costa precisa de um "pacto na saúde" como o que "desperdiçou" na habitação)

David Dinis

Diretor-adjunto

Luís Marques Mendes considera que João Gomes Cravinho é “um Ministro em baixa”, “cada vez mais encurralado com os casos de corrupção no Ministério da Defesa”.

No comentário dominical, no Jornal da Noite da SIC, o atual conselheiro de Estado citou a manchete do Expresso desta sexta-feira para sublinhar que “a saída do Governo é só uma questão de tempo. Pode demorar mais ou menos, mas é inevitável”. O motivo? “A negligência com que o Ministro deu cobertura a gente corrupta até faz impressão”.

Mas não é só o caso de corrupção na Defesa que “fustiga” o Governo, na opinião de Marques Mendes.

A habitação, disse, “é provavelmente o maior problema que o Governo vai enfrentar até final do mandato”, não apenas pelas manifestações de sábado ("o país real que está genuinamente indignado"), mas também pelo que considerou serem “alguns erros imperdoáveis” de António Costa: "Andou sete anos a desvalorizar o investimento na habitação"; e ignorou as chamadas de atenção do Presidente e o seu apelo a um Pacto para a Habitação.

Mendes considera mesmo que “Marcelo com o veto na habitação deu ao governo uma enorme oportunidade”, que “António Costa não quis aproveitar”, por andar “em guerra com o PR”. A oportunidade era fazer “um acordo alargado nesta matéria”. Não o tendo feito, “fica sozinho”.

Mas há outro pacto alargado que o Governo devia fazer, recomendou Mendes. “Temos em perspetiva uma nova crise na Saúde, com a recusa dos médicos às horas extraordinárias nas urgências. Sem um Pacto para a saúde, negociado e celebrado entre Governo e profissionais de saúde, em especial os médicos, esta crise não se resolve. Sem este Pacto não haverá tranquilidade e acalmia no SNS. É preciso lançar rapidamente uma agenda negocial, com a questão salarial à cabeça. Ou o Governo toma a iniciativa ou a situação pode descontrolar-se. O próprio Bastonário da Ordem dos Médicos já avisou para os riscos iminentes", disse o comentador SIC.

No espaço de comentário deste domingo, Marques Mendes fez contas aos que estima poderem ser os aumentos de pensões do próximo ano, consequência da aplicação da legislação em vigor, corroborando as que tinham sido feitas pelo Expresso na semana passada:

  • Pensões até 1.019€ deverão ter um aumento de 6,1% (é neste patamar que estão cerca de 90% dos pensionistas)
  • Pensões entre 1.019€ e 3.058€ deverão ter um aumento de 5,7%;
  • Pensões entre 3.058€ e 6.116€ deverão ter um aumento de 5,1%.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ddinis@expresso.impresa.pt

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