No debate da Assembleia-Geral das Nações Unidas, Marcelo Rebelo de Sousa declarou o apoio de Portugal a reformas das instituições internacionais e apelou a que a carta da ONU seja cumprida. Pelo caminho, deixou críticas à inação recorrente dos líderes que participam na sessão anual. “É fácil vir aqui todos os anos prometer o mesmo e não realizar aquilo que é prometido”, lançou.
“Ano após ano nós prometemos. É tempo de cumprir”, disse. O Presidente listou as áreas em que apela a melhorias: respeito do direito internacional, construção da paz, cooperação internacional, correção das desigualdades mundiais, alterações climáticas, reforma das Nações Unidas e das instituições financeiras globais. “Cada dia perdido é mais um dia de desigualdade, de egoísmo, de conflito, de guerra. Cada dia ganho, é um dia mais de justiça, solidariedade e de paz. O meu voto é que daqui a um ano quando nos encontrarmos seja possível dizer que há mais paz do que guerra”, discursou Marcelo.
“Se assim for, valeu a pena. Se assim não for, continuaremos a ouvir sempre os mesmos - tantos deles muito influentes - a prometerem e a não cumprirem. E perceberemos porque é que os povos acreditam cada vez menos naqueles que os governam”, avaliou.
Criticando o Conselho de Segurança da ONU por corresponder “a um mundo que já não existe”, o Presidente frisou que “Portugal há muito defende que países como o Brasil ou a Índia devem ser membros permanentes, que a posição africana comum devia ser tomada em linha de conta, que os pequenos países não podem ser ignorados”. A par disso, lamentou a atuação das organização financeiras internacionais dizendo que favorecem os países mais ricos e “não são capazes” de financiar o desenvolvimento sustentável.
Os temas abordados por Marcelo Rebelo de Sousa são comuns a várias das intervenções que tiveram lugar na sessão da Assembleia-Geral. Apesar do breve comentário, mencionou também a guerra na Ucrânia. “É urgente o respeito da carta das Nações Unidas, porque sem ele o respeito da integridade territorial, da soberania dos Estados, dos direitos humanos, não é possível haver paz. É essa a luta do povo ucraniano, como por todo o mundo, noutras regiões”, observou.
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