Política

Moção de censura do Chega é “uma inutilidade” e serve mais “para entalar o PSD” do que “para derrubar o Governo”, diz Marques Mendes

Moção de censura do Chega é “uma inutilidade” e serve mais “para entalar o PSD” do que “para derrubar o Governo”, diz Marques Mendes

Iniciativa do Chega é “um número político apenas” porque “o Governo tem maioria absoluta, portanto nunca vai cair na Assembleia da República”. No habitual espaço de comentário na SIC, Luís Marques Mendes deixou também críticas ao Governo — que “está em funções há oito anos, não há oito meses”

A moção de censura do Chega que será debatida no Parlamento esta terça-feira está “condenada” a ser chumbada, afirmou Luís Marques Mendes no seu habitual espaço de comentário na SIC, na noite deste domingo. Segundo o comentador, trata-se de “uma inutilidade” e de “um número político apenas”, que serve mais “para entalar o PSD” do que “para derrubar o Governo”.

“O Governo tem maioria absoluta, portanto nunca vai cair na Assembleia da República. Derrubar o Governo não é possível”, começou por dizer, acrescentando que para censurar não é preciso apresentar uma moção de censura.

Luís Marques Mendes salientou também que os mandatos devem ser cumpridos até ao fim e que o voto do povo deve ser respeitado. “Goste ou não se goste, os portugueses votaram e deram maioria absoluta a este Governo. [Derrubá-lo] é contrário às regras da democracia”, vincou.

Na opinião do antigo líder do PSD, partido que se vai abster na votação de terça-feira, “o Chega faz isto em grande medida não para derrubar o Governo mas para entalar o PSD, e para tentar mostrar que [eles] fazem mais oposição”.

Marques Mendes enquadra a posição do partido: uma vez que o PSD “vai chegar ao poder um dia”, se não demonstrar coerência agora “vai pagar o preço no futuro”. A oposição da altura poderá fazer o mesmo que o Chega está a fazer agora e pedir eleições antecipadas. “Há um ditado popular que ajuda a perceber isto: quem semeia ventos colhe tempestades”.

Governo “está em funções há oito anos, não há oito meses”

Falando sobre os desafios nos setores da educação e da saúde, o comentador da SIC deixou também críticas ao Governo, que “está em funções há oito anos, não há oito meses”.

Luís Marques Mendes considerou “infelizes” as declarações do ministro da Educação, João Costa: “Quando o ministro diz que é preciso tempo [para resolver problemas no ensino] é uma desculpa de mau pagador. Porque verdadeiramente houve tempo para começar a resolver várias coisas”.

O setor da saúde tem, “em algumas matérias, problemas semelhantes aos da educação”. E “a parte mais sensível de aceitar” é o facto de serem dois ministérios que têm muito mais dinheiro hoje do que tinham há uns anos. “Há mais dinheiro e menos resultados. É muito difícil compreender quando se está no poder há oito anos”, reiterou.

Por último, o ex-presidente do PSD abordou a subida da inflação e das taxas de juro, bem como os novos apoios do Governo ao crédito à habitação, incluindo a possibilidade de os bancos serem obrigados a converter a taxa variável em taxa fixa sempre que o esforço do cliente com o crédito atinja os 40% do rendimento líquido. “É uma ‘engenharia financeira’”, disse, perguntando a seguir: “Se isto não custa dinheiro ao Orçamento do Estado — que não custa — porque é que não se fez mais cedo?”.

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