Há três semanas a semigovernar à distância, apenas com uma interrupção nas férias para a Cimeira da CPLP, em São Tomé e Príncipe, António Costa tem deixado Fernando Medina a trabalhar intensivamente na proposta de Orçamento do Estado para 2024. Esse deverá ser o trunfo do Governo para o arranque de um ano político que vai funcionar como tiro de partida para os próximos três anos de eleições ininterruptas: começa já em setembro, com as regionais na Madeira, onde o PS dá como certo que a vitória será do PSD.
Um calendário eleitoral agitado, que o PS já assegurou que não será perturbado por ruído interno. Foi o que resultou da alteração do calendário socialista, quando Carlos César empurrou para março de 2024 o congresso que deveria ter acontecido no final do verão de 2023. “É o António Costa que vai decidir tudo”, nota uma fonte socialista, numa semana em que a conversa sobre os candidatos presidenciais acelerou bastante, à boleia de Marques Mendes. “Isso é factual”, nota outra fonte governativa. Se em março de 2024 é óbvio para todos que António Costa vai ser reeleito secretário-geral do PS para mais um mandato de dois anos, é ele que irá ter a palavra final não só sobre os candidatos às europeias, como também sobre as difíceis autárquicas de 2025, onde muitos socialistas estão em final de mandato e onde o PS já perdeu capitais de distrito; como também é nesse mandato de dois anos que cabe a escolha do candidato presidencial — já que o congresso seguinte, o da sucessão, foi empurrado para o primeiro trimestre de 2026, já depois das presidenciais e mais perto das legislativas. À direita, estas contas também vão sendo feitas e constata-se o óbvio: “António Costa é que controla os calendários todos”, ouve o Expresso.
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