Luís Paixão Martins: “É difícil o PSD ganhar as eleições europeias”
Consultor político vê a direita mais fragmentada que a esquerda e o PS com mais eleitores “fãs” que PSD
Consultor político vê a direita mais fragmentada que a esquerda e o PS com mais eleitores “fãs” que PSD
Luís Paixão Martins considera que “é difícil o PSD ganhar as eleições europeias”, porque nessas eleições votam apenas os “fãs” e “o PS tem hoje um pouco mais eleitores fãs do que o PSD”. Para o consultor político que ajudou António Costa a chegar à maioria absoluta e que está de novo a trabalhar com o PS, “as campanhas eleitorais dos dois maiores partidos começam com uma base eleitoral de um milhão, um milhão e duzentos mil eleitores”, com uma tendência favorável ao PS porque “a Direita está hoje mais fragmentado que a Esquerda”.
No episódio do podcast "Liberdade Para Pensar” que será divulgado amanhã, onde conversa com José Manuel Mestre sobre a conquista de maioria absolutas, Paixão Martins defende igualmente que “o PS não perdeu muitas intenções de voto, porque as sondagens nunca deram o resultado das eleições”, mas admite que há eleitores que fugiram. São recuperáveis? O consultor entende que sim, acrescentando que depende de muitos factores: “as pessoas que estão preocupadas com a inflação, com a perda de poder de compra, e que penalizam o governo respondendo que não sabem em quem vão votar, são recuperáveis”, defende Paixão Martins para quem “há outros casos mais difíceis” de eleitores que penalizam o governo e o PS pelo desgaste sofrido. Os casos e casinhos fizeram mossa.
Crítico em relação à forma como as sondagens são apresentadas na comunicação social, o consultor que ajudou o PS a chegar à maioria absoluta lembra que, a seguir à Geringonça, “a base eleitoral do governo eram não só as pessoas do PS mas também do BE e do PCP”. Esses “eleitores de oportunidade, que foram naquele dia cumprir a missão de - usando a expressão do José Manuel Mestre - porque queriam pôr o Chega fora disto ou - para usar a minha expressão - porque queriam um governo estável, no dia seguinte não respondem a sondagens”. Essas pessoas estão arrependidas? “Não! Estão disponíveis. Acham que não é nada com eles. A ideia de que amanhã há eleições não faz sentido para uma larga maioria dos portugueses.”
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