Crescem, crescem e ficam assim. As maiorias que se bastam a si próprias têm defeitos próprios. “Habituem-se!”
Pedro Adão e Silva já contou, sem segredos, que antes de aceitar ser ministro da Cultura já tinha recusado integrar Governos e também não esconde que a possibilidade de fazer reformas, coisa que está a fazer e que teoricamente sai reforçada num Executivo suportado por uma maioria absoluta, contribuiu para desta vez ter aceitado. Esta moeda tem, no entanto, um reverso: é que quando comparou os deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP a “procuradores de cinema americano de série B”, o ministro foi duramente acusado, incluindo no PS, de arrogância (quando vem de dentro preferem dizer que “foi infeliz”), e a arrogância é um selo infalível dos protagonistas nas maiorias absolutas. Adão e Silva é um dos protagonistas (texto em cima) que António Costa quer no ringue.
Cavaco Silva era ‘arrogante’. José Sócrates era ‘arrogante’. E António Costa não foi acusado de outra coisa, quer quando chamou “queques que guincham” aos deputados da IL, quer quando na primeira grande entrevista que deu, já maioritário, à revista “Visão” se queixou das oposições “que andam aqui a remoer” e atirou-lhes com um sobranceiro “habituem-se!”.
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